O governador Wilson Witzel realizou ontem (23), uma visita técnica à Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu para acompanhar o primeiro dia da aplicação do carvão ativado pulverizado na água tratada. Após realizar testes na quarta-feira (22), a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) passou a lançar uma tonelada por hora do material diretamente no início do processo de tratamento. A ETA Guandu atende aos municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí, Queimados e ainda, a cidade do Rio de Janeiro, sendo responsável pelo abastecimento de água para 9 milhões de pessoas.
“A Cedae investiu R$ 1,5 milhão na compra do equipamento de carvão ativado, mesmo material que outras empresas de captação de água utilizam para a remoção de substâncias. O Estado do Rio de Janeiro fará investimentos na ETA do Guandu na ordem de R$ 700 milhões até 2022, sendo que cerca de R$ 120 milhões somente neste ano de 2020, para a modernização da estação de tratamento, com novas tubulações e novos equipamentos laboratorial e de controle, entre outros”, disse o governador.
Witzel ressaltou, ainda, que faltaram investimentos por parte das gestões anteriores no sistema de tratamento de água e esgoto fluminense.
“ Recebemos uma empresa que não teve investimentos que deveriam ter sido realizados quando esse problema da geosmina já ocorrera em outras ocasiões. Foram pelo menos duas vezes, a última em 2004. É um problema que poderia se repetir porque é previsível. Porém, o impacto é grande, com desconforto à população. A água da Cedae nunca esteve imprópria para o consumo. Mas não estava insípida e inodora. O carvão ativado já deveria estar disponível aqui. Todas as empresas que trabalham com o mesmo sistema da Cedae, que não é de captação de água corrente, têm os instrumentos para a aplicação do material. Então, houve uma falha. Vamos investigar e descobrir a razão da proliferação de notícias ruins sobre a Cedae”, afirmou Wilson Witzel.
Mais investimentos
Além da modernização da ETA Guandu, o Estado prevê a construção da estação Guandu 2, no início do ponto de captação da água, no Rio Guandu, em um espaço localizado a 3,25 km do atual. De acordo com o governador, o investimento, orçado em R$ 1,5 bilhão, seria uma garantia aos investidores interessados no leilão da concessão da Cedae, em 2020, de que não haverá falta no fornecimento de água.
“Vamos fazer uma reunião com os prefeitos das quatro áreas de concessão no próximo dia 12 de fevereiro. Acredito que teremos a presença dos 64 municípios para que tenhamos um acordo para que esse leilão ocorra este ano. Vamos fazer nesses quatros anos o que não foi feito nas últimas décadas”, detalhou Witzel.
Outra medida que deve ser tomada pelo Governo do Rio é a transposição dos rios que deságuam no ponto de captação da ETA do Guandu. De acordo com o governador, esta obra já poderia ter sido iniciada.
“Estamos apurando o porquê da obra não ter sido realizada antes. Agora, independentemente da apuração, nós vamos realizar a transposição para a proteção da tomada de água da ETA Guandu, dentro do investimento que foi aprovado ontem pelo Conselho de Administração da Cedae e são recursos próprios da companhia. A obra será iniciada e, por se tratar de uma empresa pública, depende de processos de licitação. Mas ela é fundamental para que não tenhamos nenhum tipo de problema nos próximos cinco anos”, explicou Witzel.
O governador disse, ainda, que a concessão viabilizará investimentos de R$ 32 bilhões no longo prazo para resolver o problema do abastecimento de água e tratamento de esgoto.
“ É uma forma de dar dignidade às pessoas”, finalizou Witzel.
Acompanharam o governador na visita à ETA do Guandu o chefe da estação de tratamento, Pedro Ortolano; o presidente da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa), Luigi Troisi; o diretor de Grandes Operações e Saneamento da Cedae, Carlos Braz; o presidente da companhia, Hélio Cabral; e o secretário de Governo, Cleiton Rodrigues.