“Moro aqui há 50 anos e nunca tivemos acesso à água tratada. O jeito que encontrávamos era pegar água diretamente do Rio Guandu, mas muitas vezes ela vinha suja, com bichinhos, mato. As crianças já chegaram a passar mal, mas não tinha outra saída. Ou era isso ou teríamos que andar uns 5 km só para pegar um pouco de água para beber no bairro vizinho”. Esse relato é de Maria de Fátima, 68 anos, que mora no bairro Nova Belém, em Japeri, com o marido, sete filhos, netos e bisnetos.
Aqueles que nasceram tendo o privilégio de abrir a torneira de casa com água a vontade para manter a higiene pessoal e executar as tarefas domésticas, sequer imaginam a rotina de sacrifícios de uma parcela significativa de moradores da Baixada Fluminense, onde a água costumava ser um artigo de luxo.
Desde o primeiro dia da concessão, em novembro de 2021, a Águas do Rio tem trabalhado para mudar esta realidade, com avanços visíveis em muitas cidades. No bairro Nova Belém, onde dona Maria de Fátima mora, foram realizadas obras de extensão em 4.9 km de rede, além da padronização de hidrômetros, que estão melhorando a vida de cerca 12 mil moradores. “Eu senti uma alegria danada quando vi os meninos da Águas do Rio chegando e instalando nossa rede de água”, contou a dona de casa emocionada.
O alívio sentido por Maria de Fátima, em Japeri, é compartilhado por Maria Cleonice da Silva, que mora no bairro Barbuda, em Magé. Após 11 anos sem ter acesso à água encanada, a dona de casa já pode comemorar a água chegando nas torneiras pela primeira vez. O avanço é resultado das obras realizadas pela concessionária com a inauguração da primeira Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade, além de implantação de novas redes e outra série de melhorias no sistema de abastecimento que estão beneficiando mais de 65 mil moradores da região.
“Aqui não tinha água nenhuma. Passei muitas dificuldades em relação ao abastecimento, desde carregar galões de água até dar banho nas minhas gêmeas, quando eram bebês, usando a água que caía do ar-condicionado. Agora a água está caindo direto na caixa. Graças a Deus não falta, mas sei que não posso ficar esbanjando, não fico lavando a calçada e tento reaproveitar a água da máquina de lavar para utilizar no banheiro. Só eu sei a luta que passei e o meu desejo é que todos possam ter acesso à água”, afirmou Maria Cleonice.
A 60 km de Magé, no bairro Jardim Alvorada, em Nova Iguaçu, o aposentado Miguel José Pereira, de 67 anos, e sua esposa, Elza Pereira, 65, também comemoram a dignidade conquistada através da regularidade no abastecimento de água. “Nós ficávamos com os baldes espalhados pela casa e contávamos com a água de poço da vizinha. Era sofrido ficar mais de uma semana sem uma gota na torneira para cuidar da nossa higiene e ter que escovar os dentes com copo plástico. Agora é tudo diferente: a água está forte e parou de faltar. E eu ainda ganhei um comprovante de residência com meu nome”, expressou Miguel.
Segundo o diretor executivo, Felipe Esteves, que atua em cinco municípios da Baixada Fluminense, a falta de saneamento reflete a desigualdade social ainda existente no país.
“Sabemos que a população da Baixada Fluminense ainda sofre com o desabastecimento, mas neste primeiro ano de concessão já conseguimos melhorar a realidade de muitas famílias. Nossas equipes estão empenhadas em levar água de qualidade para todas as casas da região porque entendemos que o saneamento é um direito. Com água de qualidade, as pessoas adoecem menos, têm mais qualidade de vida, se sentem mais dignas e são mais felizes”, finalizou o diretor.