Os valores das vendas informadas nas Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) emitidas nas semanas iniciadas em 1º de março e 25 de abril deste ano no estado do Rio de Janeiro tiveram queda de 36%, segundo dados divulgados na 2º Boletim Impactos da Covid-19, publicado ontem (13) pela Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ).
No mesmo período de comparação, o estudo revela que o comportamento da economia, refletido a partir das Notas Fiscais de Consumidor Eletrônicas (NFC-e) emitidas nas vendas para consumidor, final é de retração. Somente no valor das vendas, a queda é de 38%.
As análises feitas pela Assessoria de Estudos Econômico-Tributários e pela Subsecretaria de Estado de Receita, a partir das informações das NF-e, das NFC-e e dos Conhecimentos de Transporte Eletrônicos (CT-e), documento fiscal emitido pelas empresas transportadoras de mercadorias, mostram como a pandemia do novo coronavírus afetou de forma negativa a atividade econômica fluminense.
De acordo com o boletim, apesar de ter sido registrado um ligeiro crescimento na quantidade, no valor das operações e no valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) destacado nas notas fiscais emitidas na semana de 12 a 18 de abril, esses indicadores voltaram a cair entre 19 e 25 de abril.
Os dados dos documentos fiscais de CT-e emitidos de 1º de março a 25 de abril reforçam a preocupação geral com o nível da atividade econômica das empresas instaladas no estado do Rio de Janeiro, revelando queda no valor das notas de 45% no período. Já a variação final da última semana em relação à primeira do ICMS foi de -50% e da quantidade foi de -11% . O boletim considerou os CT-e com prestação de transporte iniciada no estado.
Setores econômicos
Por setores econômicos da indústria, varejo e atacado, o comportamento observado foi semelhante, constatando-se ligeira recuperação na maioria dos indicadores na semana de 12 a 18 de abril. Os números, entretanto, voltaram a cair na semana seguinte, com exceção do varejo. De maneira geral, o estudo da Sefaz-RJ aponta que os setores não retornaram ao patamar das vendas anterior ao do isolamento social imposto pelas medidas restritivas de combate à disseminação da covid-19. As maiores quedas nos valores das vendas informados nos documentos fiscais emitidos entre 1º de março e 25 de abril foram observados na indústria (-43%), varejo (-41%) e atacado (-29%).
Todas as atividades varejistas tiveram perdas, que variaram em termos de volume de ICMS. O boletim informa que, nesse item, o setor de vestuário e calçados foi o mais afetado, com queda de 83%, seguido de bares, restaurantes, padarias e lanchonetes (-64%).
Todas as seis regiões do estado do Rio de Janeiro sofreram perdas na quantidade, no valor das notas e no volume de ICMS. No primeiro item, a maior redução foi identificada na Região Metropolitana (-43%). Já a região das Baixadas foi a mais afetada no valor das notas fiscais (-19%) e no volume de ICMS (-14%), revela ao estudo.
Simples Nacional
As empresas inscritas no Simples Nacional tiveram reduções de 40% no valor dos produtos e de 50% na quantidade de notas fiscais emitidas, entre 1º de março e 25 de abril.
No mesmo período, as principais quedas no ICMS recolhido na Substituição Tributária (sistema por meio do qual um único contribuinte é responsável pelo pagamento do imposto de toda uma cadeia produtiva) foram registradas em combustíveis e lubrificantes, cervejas, chopes, refrigerantes, águas e em produtos alimentícios. Em contrapartida, houve alta moderada em medicamentos, outros produtos farmacêuticos, cigarros e outros produtos derivados do fumo.