Por Paulo Lerner
O desperdício de alimentos é uma triste realidade e ocorre em todas as fases da cadeia produtiva, do campo à mesa do consumidor. De acordo com o Índice de Desperdício de Alimentos 2021 do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), no mundo, em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos (17% do total) foram desperdiçadas em casa ou em estabelecimentos comerciais.
Ainda segundo Pnuma, no Brasil há um desperdício de 69 quilos per capita por ano, ou 12,57 milhões de toneladas. Os dados impressionam ainda mais quando se observa que a fome atingiu 828 milhões de pessoas no mundo, nos cálculos da ONU. E que, destes, mais de 30 milhões vivem em nosso país.
O monitoramento do frio é obrigação de todo varejista alimentar, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a tendência é que o rigor da legislação neste setor aumente. Em 2015, os estados membros da ONU adotaram a Agenda 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para orientar a transformação para uma população mais saudável e um planeta mais sustentável. Uma das metas (ODS 12.3) visa especificamente diminuir o desperdício de alimentos no varejo e no consumidor em 50% e reduzir as perdas de alimentos nas cadeias de suprimentos. Faltam apenas oito anos.
No varejo brasileiro, perda ou má conservação de alimentos levam a prejuízos severos e a riscos à saúde do consumidor. Mas a tecnologia está se mostrando uma grande aliada dos empresários do setor para evitar o problema. A Syos é uma startup brasileira que criou um serviço inovador que reduz as perdas para os comerciantes e garante a qualidade dos alimentos para os consumidores.
A plataforma de gestão da cadeia de frio para o varejo desenvolvida pela Syos otimiza a operação dos refrigeradores, usando sensores sem fio e inteligência artificial. Esta tecnologia garante a qualidade dos produtos com monitoramento em tempo real que alerta imediatamente diante de qualquer variação de temperatura que gere risco.
No Rio, 11 empresas já adotaram a plataforma e agora recebem pelo Whatsapp relatórios sobre balcões refrigerados e câmaras frias, de leitura rápida e fácil, que ajudam a prever os problemas antes deles acontecerem. Além de reduzirem prejuízos com a perda de mercadorias, essas empresas estão contribuindo para a redução do desperdício, além de garantirem aos clientes a boa conservação dos produtos que vende.
Um ótimo exemplo de como a tecnologia pode se tornar uma grande aliada dos supermercadistas e da população em geral no combate à insegurança alimentar.
Paulo Lerner é CEO da Syos. Lidera um time de mais de 50 pessoas, espalhada pelo Brasil e que está usando tecnologia para garantir a perfeita conservação de produtos refrigerados, diminuindo desperdício e riscos à saúde da população e colaborando com o desenvolvimento sustentável de toda sociedade.