Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (11/07) pela CPI dos Trens da Alerj, Kazuhisa Ota, presidente da Gumi Urban Mobility, principal acionista da empresa japonesa Mitsui, controladora da Supervia, concessionária do sistema ferroviário do Estado do Rio de Janeiro, foi taxativo: “tivemos perda de receita por conta da pandemia e o sistema entrará em colapso em agosto deste ano, ou seja, no próximo mês, se não houver um aporte financeiro do Governo do Estado, já que fizemos um investimento de R$ 965 milhões desde 2019. Mas o sistema continua deficitário”.
Ota revelou que reuniões entre representantes de sua empresa, da Secretaria de Estado de Transportes/RJ (Setrans), Agetransp e Supervia vem acontecendo regularmente para acertar um novo termo aditivo no contrato de concessão a fim de alinhar este valor destinado pelo Estado. “Quando adquirimos o serviço, a expectativa era de aumentar significamente o número de passageiros transportados, mas a pandemia atrapalhou este objetivo”, disse Ota. De acordo com a Setrans, este termo deve ser assinado ainda em julho.
O Relator da CPI dos Trens, deputado Waldeck Carneiro, juntamente com o deputado Luiz Paulo, solicitou à presidente da Comissão, deputada Lucinha, que mandasse ofício à Setrans para que esta enviasse as tratativas destas reuniões, a minuta do novo aditivo, os valores a serem aportados no sistema ferroviário e o cronograma de trabalho a ser executado. “A Supervia revelou que tem, hoje, uma dívida de R$ 1,2 bilhão devido às perdas ocasionadas pela Covid-19. Precisamos saber exatamente as expectativas da controladora com relação ao Poder Concedente e o valor que o Estado destinará para a execução das tarefas, além do cronograma de serviços que deverão ser feitos. Nosso papel na CPI é este: proteger os usuários dos trens. Esperamos ter este material em mãos em, no máximo, quinze dias para avaliá-lo”, afirmou Waldeck.