Depois de dois anos sem realizar transplantes de medula óssea, o Hemorio (Instituto de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcante), unidade ligada à Secretaria de Estado de Saúde, voltará a fazer o procedimento em outubro. A expectativa do instituto é realizar dois procedimentos por semana, o que inclui o transplante autólogo (feito com as células-tronco extraídas do próprio paciente) e o alogênico (em que as células-tronco provêm de um doador compatível).
A meta é que o Hemorio seja referência em transplantes autólogos no Estado do Rio. Para isso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) investiu R$ 2 milhões na infraestrutura da unidade e na aquisição de equipamentos do Centro de Transplante. O local funcionará, com três leitos, no quarto andar do prédio, em área fechada, isolada e com purificação de ar para diminuir a propagação de micro-organismos.
O anúncio da volta dos transplantes aconteceu no mês em que se comemora o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (19 de setembro).
“Hoje, o Hemorio tem 26 pacientes que necessitam de transplante. Com a volta dos procedimentos, pessoas com leucemia, anemias graves, linfomas, imunodeficiências e doenças relacionadas aos sistemas sanguíneo e imunológico poderão ser curadas com a retomada dos transplantes, que foram paralisados em 2018. Outra vantagem é que os pacientes não vão mais precisar buscar atendimento em São Paulo ou Minas Gerais, como acontecia anteriormente”, afirma o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.
A médica Paula Cristina Iglesias Bastos, de 30 anos, é uma das que ficará responsável pelos transplantes. Ela foi contratada por concurso público, em 2019, e possui especialização em clínica médica, hematologia e transplante de medula óssea. Paula disse que a expectativa é alta para a realização dos transplantes.
“Existe muita procura para atendimento. Com a retomada dos transplantes de medula, temos a possibilidade de ampliar a oferta, além de ser uma grande oportunidade de aprendizado”, disse a médica.
Para a coleta da medula óssea para os transplantes autólogos, o paciente precisa receber medicamentos que vão estimular a produção de células-tronco que circulam no sangue. As células são colhidas por uma máquina de aférese e congeladas a menos 80 graus. Alguns dias depois, elas são descongeladas para serem transplantadas no paciente, que permanece por dez dias (em média) no hospital.
De acordo com o diretor do Hemorio, este ano, a unidade vai implementar inicialmente o transplante de medula autólogo, passando a ser referência na realização deste tipo de procedimento no estado. O segundo passo, em 2021, será a realização no Hemorio também do procedimento alogênico.
Os pacientes com doenças hematológicas devem consultar seus médicos para identificar a necessidade de um transplante de medula.