A Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou o primeiro caso do novo coronavírus no Rio de Janeiro. A informação foi dada ontem (5) pelo secretário da Saúde, Edmar Santos. A paciente é uma mulher de 27 anos, moradora no município de Barra Mansa, sul fluminense, que viajou pela Europa e, entre os dias 9 e 23 de fevereiro, visitou a Itália. Ela voltou ao Brasil no dia 23.
No dia 1º de março, a mulher procurou uma unidade de saúde em Barra Mansa, onde fez testes que deram negativo para outras viroses. Entretanto, foi seguido o plano de contingência do Ministério de Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde, e o material foi encaminhado à Fiocruz. A confirmação de que o caso é positivo para coronavírus foi feita na manhã desta quinta-feira pela Fiocruz. É o sétimo caso da doença confirmado no Brasil.
Edmar Santos procurou tranquilizar a população dizendo que se trata de um “caso importado”, de uma pessoa que esteve em área de transmissão, no caso, a Itália. Segundo o secretário, é uma forma branda do vírus, “como são 85% dos casos”. A paciente está em isolamento domiciliar, onde permanecerá pelo prazo de 20 dias a contar do início dos sintomas.
Os parentes dela também estão sendo acompanhados in loco (no local) pela equipe de vigilância sanitária do município de Barra Mansa, mas, até agora, nenhum desenvolveu sintomas considerados suspeitos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já foi informada do caso para que possa identificar e acompanhar os passageiros que sentaram perto da moradora de Barra Mansa no voo de volta ao Brasil.
Santos enfatizou que não existem sinais de que o vírus esteja circulando livremente no estado do Rio de Janeiro e disse que o caso registrado em São Paulo de transmissão para um familiar é um fato restrito. No Rio, não há nenhuma indicação de transmissão sustentada no território. “A população pode seguir tranquila. Não há nenhum motivo para pânico.”
Casos suspeitos
Com a confirmação do primeiro caso de coronavírus, o estado do Rio tem em acompanhamento 79 pessoas suspeitos de contaminação que continuam a ser investigadas.
O secretário reafirmou que as medidas para evitar a contaminação não só pelo coronavírus, mas por qualquer outro vírus, incluem lavar com frequência as mãos com água e sabão, usar de álcool gel 70, colocar o antebraço na boca e no nariz quando tossir ou espirrar e evitar compartilhamento de utensílios próprios. Além disso, sempre que tiver qualquer dúvida relacionada à saúde, a pessoa deve procurar orientação médica.
De acordo com Santos, a lavagem das mãos é o meio mais eficaz de evitar a contaminação por via respiratória. Casos suspeitos que merecem ser investigados devido ao risco de contaminação pelo vírus são apenas os de pessoas que vieram de áreas onde o contágio e a transmissão estejam ocorrendo de forma sustentada e que apresentem febre e alguns sintomas respiratórios, ouque tenham tido contato próximo com pacientes diagnosticados com coronavírus e que também tenham febre ou sintomas respiratórios.
“É preciso que se mantenha a tranquilidade da população e, a cada momento, dar informação, o mais rápido e o mais transparente possível, para que as pessoas tenham informação segura e confiável da Secretaria de Estado de Saúde e possam, assim, evitar fake news [notícias falsas] e pânico na sociedade fluminense”, disse o secretário.
O plano de contingência da pasta da Saúde foi publicado em 31 de janeiro e continuará alinhado com o do Ministério da Saúde. Edmar Santos admitiu que, se a situação se agravar, os pacientes poderão ficar isolados em hospitais indicados para essa finalidade. “Não há como medir em que proporção e em que prazo o novo coronavírus poderá circular no estado do Rio de Janeiro ou no país”, afirmou.