Motoristas de vans, táxis, veículos de aplicativos e do transporte escolar podem ganhar um suspiro financeiro em meio à pandemia de coronavírus. Dois Projetos de Lei, ambos de autoria do deputado Max Lemos (PSDB), que autorizam a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AGERIO) a realizar empréstimos para o financiamento de parcelas dos veículos adquiridas por esses profissionais autônomos vencidas durante os meses de crise, foram aprovados por unanimidade, nesta segunda-feira (11), pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio. Os PLs serão votados em Plenário ainda esta semana.
De acordo com as propostas, as parcelas pagas pela AGERIO poderão ser financiadas para os permissionários em até 12 meses com carência mínima de dois meses após o encerramento do estado de calamidade e com juros máximo de 1% ao mês. De acordo com o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro DETRO/RJ, há 549 vans intermunicipais aptas para a atividade, além das municipais. Já os táxis e os veículos de aplicativos, são regulamentados por cada município.
“O Sistema de Transporte Complementar também é essencial para a mobilidade urbana em diversos municípios do estado do Rio de Janeiro. Encontram-se entre as vítimas econômicas da pandemia, os permissionários e seus motoristas auxiliares, além dos taxistas e motoristas de aplicativos, não havendo como arcar como o custeio das prestações dos seus veículos, instrumentos de trabalho, além das taxas do Detro-RJ e Detran-RJ, além dos demais pagamentos inerentes às suas funções como seguros, impostos, entre outros”, defende Max Lemos, autor da proposta.
Momento de dificuldade, mas de muita expectativa
Empolgado com a medida, José Antônio, 55, motorista de transporte alternativo (Van), linha Queimados/Central, destacou que já está torcendo para os projetos virarem lei. “Em nome do meu grupo de trabalho, quero agradecer ao deputado Max Lemos pela iniciativa que vem de encontro com as nossas necessidades. Estamos em situação difícil e esperamos que esta atitude nobre se torne logo realidade. Não estamos conseguindo pagar as prestações dos veículos, está muito difícil”, afirma.
Trabalhando como motorista de táxi há quase 20 anos, em Nova Iguaçu, Tézio Villas Boas, 50, disse que ficou surpreso com a notícia. “Ando desacreditado com os políticos. Entretanto, a atitude do deputado Max foi surpreendente e atende nossas necessidades. Vamos torcer para que os demais deputados tenham a mesma sensibilidade e votem favorável a medida. O momento é de muita dificuldade para muita gente”, ressalta.
Já o motorista Dayverson Bezerra Mendes, 33, o Deivinho, ingressou no transporte alternativo ainda menino, em 1998, com apenas oito anos, ajudando a cobrar a tarifa dos passageiros que ingressavam na Van, que o pai dirigia, no eixo da antiga Estrada de Madureira (atual Abílio Augusto Távora), em Nova Iguaçu. “A pandemia do coronavírus, além do medo, está causando dificuldades para sustentar as famílias. Essas propostas sem dúvidas irão ajudar e muito a nossa categoria”, concluiu.