A Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), realizou na de manhã de terça-feira (21/07), simultaneamente, nos estados do Rio e de Minas Gerais, a Operação Black Hawk. A ação teve o objetivo de cumprir 9 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão contra uma associação criminosa responsável por piratear cursos preparatórios e controlar uma das maiores plataforma virtual de cursos pirateados do Brasil.
As investigações apontaram que o grupo comercializou cursos preparatórios pirateados, inclusive para a área de segurança pública, como Polícia Civil, Polícia Federal e Rodoviária Federal e carreiras fiscais e jurídicas. Eles teriam causado um prejuízo estimado em R$ 65 milhões aos cursos oficiais e lucrado aproximadamente R$ 15 milhões com o crime. O bando é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e violação de direito autoral.
Os cursos originais, que custam entre R$ 10 e R$ 15 mil, eram pirateados e vendidos no site do grupo criminoso com até 10% a menos do valor original. Um dos alvos da operação, que reside no estado de Minas Gerais, era o responsável por quebrar a criptografia do streaming de vídeo dos cursos oficiais e transferir os arquivos para uma nuvem própria, onde as aulas eram disponibilizados para os clientes das plataformas virtuais gerenciadas por outro alvos da operação que mora no Rio de Janeiro.
Ainda segundo o apurado, para ocultar a grande movimentação financeira o responsável pela plataforma pirata utilizava parentes como laranjas. Durante a investigação, a mãe dele, que possui um pequeno salão de cabeleireiro, teve movimentação bancária de cerca de R$1,5 milhão e ganho líquido de aproximadamente R$ 500 mil reais em operações de bolsas de valores conforme análise do Relatório de Inteligência Financeira (RIF). Ele também mantinha bens adquiridos em nome dos vendedores para ocultar o patrimônio, assim como possuía uma empresa fantasma sediada em um shopping de luxo na capital paulista.
Na ação realizada, os agentes estão fazendo também o levantamento do patrimônio dos envolvidos no esquema para identificar os bens adquiridos com dinheiro de origem ilícita visando posteriormente sequestro judicial dos recursos. Os compradores identificados na investigação poderão responder pelos crimes de receptação, com pena de até 4 anos e, podem ser desclassificados dos concursos.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades do Rio, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, e Saquarema e Araruama, na Região dos Lagos, além das cidades mineiras de Juiz de Fora e Borda da Mata. Participam da operação policiais do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar da Polícia Militar e da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, por meio das Delegacias Regionais de Juiz de Fora e Pouso Alegre. A ação conta ainda com o apoio logístico do 4º Departamento de Policiamento de Área.
Fonte: Agência Brasil