Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de adultos diagnosticados com hipertensão está aumentando no Brasil. De acordo com o último relatório, divulgado no ano passado, os índices saíram de 22,6%, em 2006, para 26,3%, em 2021. Com 44,6 óbitos para cada 100 mil habitantes, o Rio de Janeiro foi o segundo estado do país com maior taxa de mortalidade, em 2020.
Nesta quarta-feira (26), Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, a Prefeitura de Nova Iguaçu promoveu diferentes atividades voltadas para o tema nas unidades municipais de saúde, como aferição de pressão arterial, teste de glicemia, palestras e orientações ao público.
O aposentado Paulo Roberto dos Reis, de 61 anos, pedalou de sua casa, no bairro da Prata, até o Centro de Saúde Vasco Barcelos, no Centro, para pegar o resultado de alguns exames. Ele se deparou com o evento de conscientização e aproveitou a oportunidade para verificar a pressão, que estava 14/8.
“Sempre tive pressão normal, 12/8, mas desde uma cirurgia que fiz, no ano passado, que ela tem estado alta”, relata Paulo Roberto, que saiu do Vasco Barcelos com a recomendação de procurar o atendimento com um nutricionista na Clínica da Família mais próxima de sua casa. “É importante cuidar da saúde para poder chegar na minha idade em boa forma, andando de bicicleta, como eu sempre faço”, aconselha.
Já a aposentada Celi Pimentel de Oliveira, de 71 anos, admite que descuidou da saúde por muito tempo, até aceitar que era hipertensa. “Eu tomei consciência de que tenho hipertensão há dez anos, quando minha pressão chegou a 25. Antes eu era muito relaxada, mas agora me cuido, tomo remédio e cortei o sal da alimentação”, explica a moradora de Cabuçu.
A ação pelo Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial foi promovida nesta quarta, mas os cuidados com a doença acontecem ao longo de todo o ano em Nova Iguaçu. A Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) conta com o HIPERDIA, programa criado pelo Ministério da Saúde, em 2002, que abrange o cadastramento e o atendimento aos pacientes diagnosticados com hipertensão arterial e também diabetes. A finalidade é estabelecer metas e diretrizes para ampliar ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e controle dessas doenças, mediante a reorganização do trabalho de atenção à saúde.
“As pessoas diagnosticadas com hipertensão ou diabetes são encaminhadas para a Atenção Básica para que seja iniciado o tratamento. Nossos pacientes recebem medicamentos e orientações para o controle das doenças e são monitorados pelo HIPERDIA”, conta o gerente de Promoção da Saúde da SEMUS, José do Carmo. “A prevenção é o melhor remédio, mas se confirmadas estas doenças, que não têm cura, é possível viver bem com pequenas mudanças de hábitos, como uma alimentação mais saudável e a prática de atividades físicas”, acrescenta.
Já a técnica em enfermagem do Programa HIPERDIA, Alessandra Barreira dos Santos, alerta para os riscos do automedicamento. “Muitas pessoas tomam um remédio indicado por um amigo ou parente, mas está errado. Um medicamento que é eficaz para um, pode não ser para outro. Cada caso é diferente. Nós pedimos para que nossos pacientes retornem, no máximo, em seis meses para o acompanhamento. Mas se o tratamento não estiver tendo o efeito esperado, eles devem retornar antes para que seja alterada a dosagem ou até mesmo o medicamento”.
Foto: Alziro Xavier/PMNI