Mais um verão se aproxima e promete trazer junto muita chuva forte, uma característica da estação mais quente do ano. Para evitar transtornos e até mesmo tragédias causadas pelas tempestades, a Prefeitura de Nova Iguaçu vem investindo em obras em diversos bairros. Nos últimos seis anos, cerca de 650 ruas passaram ou estão passando por intervenções. São serviços de infraestrutura urbana, drenagem pluvial, esgoto sanitário e pavimentação em aproximadamente 155 km de extensão em vários pontos da cidade.
Considerada a mais importante obra da atual gestão, a canalização do Rio Botas, iniciada em julho de 2020, está na reta final. De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMIF), o serviço chegou a 80% de conclusão. O primeiro trecho canalizado tem 1,2km de extensão e fica entre a Rua Bernardino de Melo, em Comendador Soares, e o bairro Ouro Preto. Para isso, cerca de 800 bases de concreto, cada uma pesando 7,5 toneladas, foram instaladas no rio. A próxima etapa a ser concluída é a urbanização e paisagismo.
Antes disso, a Prefeitura Nova Iguaçu precisou reassentar cerca de 400 famílias que viviam às margens do Botas. Elas receberam apartamentos nos condomínios José Maria Pitella e Santo Antônio, no bairro Cerâmica. Após isso, as construções irregulares foram demolidas e todo o entulho removido para que o canal fosse alargado. Dezesseis famílias, no entanto, recusaram as novas moradias e permaneceram no local, retardando o cronograma de obras. Foi preciso intervenção judicial para que elas deixassem suas casas e o serviço fosse retomado.
“Essa, para mim, é a obra mais importante da cidade desde a construção da Via Light. A canalização do Botas vai reduzir drasticamente a possibilidade de transbordo do rio em dias de temporal, beneficiando mais de 100 mil moradores em dez bairros da cidade”, afirma o prefeito Rogerio Lisboa.
Outro ponto da cidade que sofria constantemente em dias de chuva forte era o trecho por onde corre um dos afluentes do Botas e delimita os bairros Santa Eugênia, Chacrinha e Bandeirantes. Na região, a execução do canal foi feita em módulo celular (formato de galeria), com travessias nas principais ruas, passeio e calçada, com urbanização e pracinha. O local também recebeu academias da terceira idade e playground.
Programa Comunidades Resilientes
Em paralelo às obras realizadas pela prefeitura na cidade, a Secretaria Municipal de Defesa Civil (SMDC) desenvolve ações que visam proteger e preservar vidas. Uma delas é o Programa Comunidades Resilientes, que tem por objetivo o desenvolvimento da resiliência em comunidades vulneráveis a desastres. Nele, os moradores destes locais são preparados para prevenir desastres ou reduzir seus impactos quando eles ocorrerem.
Com o apoio dos líderes comunitários, é aprofundado o conhecimento sobre a região e se estabelece os locais que servirão como Ponto de Apoio e Abrigo Temporário. Os moradores são inseridos em um cadastramento detalhado que informa, por exemplo, o número de famílias, idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Eles recebem orientações e material informativo sobre prevenção e preparação para desastres. Seus telefones celulares são habilitados para receberem as mensagens de alerta da defesa civil e a comunidade é incluída no Sistema de Alerta Comunitário para Chuvas Intensas (AC2I).
Além disso, a comunidade é preparada e participa de um exercício simulado de desocupação dos imóveis por risco de desastres. Assim, as famílias residentes na área de risco são estimuladas a saírem de suas casas e se deslocarem através das rotas de fugas estabelecidas até o ponto de apoio. Esse procedimento visa treinar essas famílias para uma situação real, onde a mobilização preventiva seguindo os critérios de protocolos estabelecidos evitam pessoas feridas e mortes.
Atualmente a cidade conta com 29 Pontos de Apoio e 10 Abrigos Temporários.