Quem olha para o Bernardo não consegue imaginar o tamanho da luta que este bebê de 10 meses travou pela vida. Ele nasceu prematuro, com 28 semanas de idade gestacional, pesando 830 gramas e medindo 34 centímetros. Foram 94 dias internado na Maternidade Mariana Bulhões, sendo 32 deles intubado, além de passar por cirurgia ocular, até enfim, ganhar peso, restabelecer a saúde e receber alta.
Na sexta-feira (18), o pequeno voltou à maternidade com a mãe Vanessa Soares de Aquino, de 32 anos. Ela foi uma das participantes do evento em alusão ao mês de conscientização à prematuridade, o novembro roxo, e falou sobre este momento.
“Eu me pegava pensando se ele iria sobreviver. Tão pequeno, tão frágil, mas ao mesmo tempo tão forte. Hoje, Bernardo está aqui, saudável, esperto e ganhando peso” relata Vanessa, que falou do papel da Maternidade Mariana Bulhões na sua vida. “Quando me lembro de tudo o que ele viveu aqui, de cada notícia boa ou ruim que a gente recebeu, eu lembro também dos profissionais da Mariana Bulhões. São verdadeiros anjos em nossas vidas”, completa.
Para alertar sobre os cuidados com a prematuridade, a Maternidade Mariana Bulhões, que atende gestantes de médio e alto risco na Baixada Fluminense, promoveu um encontro de famílias, as “Mães de UTI”, que viveram ou estão vivendo este momento para compartilharem suas experiências. O secretário municipal de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Carlos Nobre Cavalcanti, acompanhou o evento e reforçou a importância da prevenção.
“Queremos estimular a gestante a iniciar o pré-natal o mais breve possível, fazendo acompanhamento médico e exames. Isso ajuda a prevenir a prematuridade, pois é possível identificar infecções e tratar o quanto antes, diminuindo assim a possibilidade desse bebê nascer antes da hora”, explica o secretário.
Um bebê é considerado prematuro quando nasce com menos de 37 semanas de idade gestacional ou com peso inferior a 2 kg. Na Maternidade Mariana Bulhões, mensalmente, 70 recém-nascidos prematuros são internados na UTI Neonatal. A unidade tem equipe multiprofissional e utiliza métodos especializados para os cuidados com esses pacientes.
“Fazemos um atendimento humanizado ao prematuro, chamando os pais para participar dessa recuperação. Realizamos parte do método canguru e estamos promovendo também a colostoterapia, que é quando a mãe tira o leite e nós pingamos na boca do recém-nascido, que funciona como uma ‘vacina’, além de estimular o aleitamento materno”, ressalta Delbra da Costa Santos, enfermeira coordenadora da UTI Neonatal.
Por mais difícil que seja receber a notícia de prematuridade, é possível reverter esse quadro, como conta a cozinheira Daiana Alves, de 33 anos. Há quatros, a filha Ana Laura nasceu antes do previsto, com 28 semanas de idade gestacional. Foram dias de tristeza, aflição, até que, enfim, veio a alta, quase dois meses depois.
“Meu conselho para as mamães que estão com um neném na UTI é que tenham fé e sejam fortes. Não é fácil e eu senti isso. Mas estejam presentes, peçam muito e sejam fortes, pois é possível superar essa fase. Eu fui forte e graças a Deus minha filha está do meu lado”, conta ela.