A Polícia Civil prendeu, até o início da tarde desta terça (25), 402 pessoas envolvidas em roubo, receptação e latrocínio (roubar para matar) foragidos da Justiça em todo o estado do Rio.
As investigações da Operação Espoliador 3 apontam que grande parte dos roubos praticados no estado são patrocinados por organizações criminosas de tráfico de drogas. Na ação, quatro homens morreram em confronto com a polícia, sendo três em Resende, no sul fluminense, e outro no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os mortos tinham pedidos de prisão, expedidos pela Justiça, por roubos de carga no estado. Houve também apreensão de carros de luxo e armas em poder dos criminosos.
De acordo com o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Polícia Civil, Felipe Curi, está sendo feito um combate frontal ao crime organizado, principalmente a questão dos roubadores. “ Isso vai se refletir na queda dos índices que já vêm caindo vertiginosamente desde 2019 em todo estado”, avaliou.
O secretário de Polícia Civil, delegado Flávio Marcos Amaral de Brito, disse que as ações não foram realizadas em comunidades, devido a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), do dia 18 deste mês, que decidiu impor novas restrições para a realização de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. A decisão limita o uso de helicópteros, determina a preservação de vestígios de crimes e proíbe o uso de escolas e unidades de saúde como bases operacionais das polícias Civil e Militar.
Os mandados de prisão são provenientes de inquéritos policiais das delegacias de todo o estado e de levantamento realizado pela Polícia Interestadual e de Capturas (Polinter). As investigações apontam que grande parte dos roubos praticados no estado são patrocinados pelo tráfico de drogas. Os traficantes, visando o aumento dos lucros ilícitos, emprestam armas para criminosos praticarem todos os tipos de roubos.
A ação também tem como objetivo a prisão de receptadores, responsáveis por adquirir os produtos roubados estimulando a prática criminosa, e latrocínios, cujas vítimas acabam sendo mortas durante a ação.
Levantamento
O crime organizado é responsável pela maior parte dos roubos no estado.
As investigações constataram que o crime organizado de tráfico e milícia
respondem por 79% dos roubos de veículos praticados na capital, 73%
na Baixada e 84% em Niterói e São Gonçalo. Em relação aos roubos de cargas, tem
participação em pelo menos 65% dos roubos na capital, 64% na Baixada e 62% em
Niterói e São Gonçalo.
Em 2019, a
Polícia Civil indiciou 12.587 autores de roubo, um aumento de 18,8% em
relação a 2018. Além disso, em 2019 foram presos 2.135 ladrões (a maioria
investigados em vários inquéritos policiais) – mais de 100% de aumento
comparado ao ano anterior.