Por Almeida dos Santos
Sem definir quem será o seu vice, uma pergunta vem ganhado força nos bastidores da política iguaçuana: para onde caminhará a aliança que o prefeito Rogerio Lisboa terá que fazer para garantir um segundo mandato? Talvez nem o próprio prefeito saiba, mas algumas questões estão postas e a decisão poderá levá-lo para um isolamento, o que significaria não só não se reeleger, mas sobretudo perder retaguardas políticas futuras importantes. Lisboa está entre a cruz e a espada, mas é fruto da tumultuada relação política que construiu.
O deputado estadual Delegado Carlos Augusto (PDS), que antes era adversário e depois se aliou ao prefeito, parece que está se afastando. O primeiro indício deste afastamento foi a exoneração, a pedido, no início de junho, do então secretário municipal de Segurança Pública, Igor Porto Gavazzi. Igor é um dos mais próximos aliados do Delegado Carlos Augusto e, nos planos do Delegado, segundo o que se comenta, era que ele seria o indicado para compor a chapa como vice de Lisboa. Essa ruptura na aliança do deputado com o prefeito deve levar Carlos Augusto para uma candidatura própria, o que afetaria em cheio o bloco político que Rogerio Lisboa estava construindo para a sua reeleição.
Mas esse não é o único problema nos planos do prefeito. Carlos Ferreira, o Ferreirinha, foi eleito com ele no primeiro mandato em uma chapa formada entre PR e PT. Ambos eleitos, Ferreira deixou o PT, passou pelo PCdoB e parece que estacionou no PV conduzido por Tuninho da Padaria. Ele deverá reivindicar a permanência na chapa ou poderá vir candidato a vereador. E é justamente aí que outro imbróglio se configura na vida eleitoral do prefeito.
Nas baixas que Rogerio Lisboa vem acumulando, vale lembrar a deputada federal Rosângela Gomes, que já foi aliada e também poderá vir candidata pelo REPUBLICANOS. Isso significaria uma outra perda de aliado complicando a vida do Lisboa.
Um aliado imprescindível do prefeito tem sido o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). Ele é uma espécie de “porto seguro” a quem Lisboa recorreu para ancorar-se numa tranquilidade administrativa e jurídica. Portanto, foi fundamental para garantir-lhe a paz. Por isso, consultar o deputado será fundamental para Rogerio tomar as decisões e manter uma espécie de aliado de peso para manter a sua candidatura à reeleição. Até porque, mesmo tendo o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) como aliado, que a partir de dezembro será ex-presidente da Câmara dos Deputados, surge o nome do também deputado federal Juninho do Pneu, também do DEM, aliado de Lisboa e que não abre a mão de ter influência neste processo eleitoral.
Essa demora do prefeito Rogerio Lisboa em apresentar um vice, mesmo tendo se filiado ao PP do deputado federal Dr Luizinho (PP) – que se tornará mais influente com a possível eleição de de Artur Lira (PP) para presidente da Câmara – leva para todos os aliados a incerteza de como estará configurado o bloco governista local. E mais ainda: tem a questão de, caso reeleito, quem Rogerio Lisboa deixaria sentado na cadeira de prefeito caso se desincompatibilize para concorrer em 2022. O que está em jogo hoje não é só o vice do prefeito, mas sim o futuro de quem governará Nova Iguaçu caso Lisboa seja reeleito. Mas nesse momento o que se vê é ele isolado no meio de muitos. E pode piorar: ficar isolado e sem ninguém por perto!
Foto: Renato Fonseca