Eles são pequenos apenas na estatura. Porém, com uma imensa força de vontade de viver. Como um passe de mágica, os pacientes atendidos no Hospital Estadual da Criança, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES), transformam-se em heróis e heroínas e todos têm um grande superpoder: a coragem para enfrentar graves doenças, como, por exemplo, o câncer.
Na certidão de nascimento é Guilherme Perseguin Dias. Mas quem o conhece tem a certeza de que ele é o ‘Homem de Ferro’. O personagem das histórias em quadrinhos é fonte de inspiração para Guilherme que, aos dois anos de idade, foi diagnosticado com Leucemia. A primeira sessão de quimioterapia foi realizada quatro dias depois do susto que a família levou ao descobrir a doença.
“ A notícia da leucemia foi um grande choque para todo mundo. Quando ele chegou para iniciar o tratamento oncológico, chorei por meia hora, enquanto o Guilherme pulava e dançava. E, foi assim que ele reagiu durante todo o tratamento, mesmo quando internou para realizar o procedimento de quimioterapia”, relatou Shirley de Araújo Perseguin, mãe do Guilherme, que ainda acrescentou:
“ Meu filho sempre buscou o lado bom das coisas e serviu de exemplo também para as outras crianças que estavam internadas. Ao entrar aqui, no Hospital da Criança, o próprio Guilherme se nominou como o Homem de Ferro. Ele está vencendo o câncer com muita determinação. E, por isso, eu o considero um pequeno grande homem, do tamanho de um gigante”, derreteu-se Shirley.
Foi também aos dois anos que João Victor Fernandes recebeu a notícia de que seria preciso enfrentar um vilão – a Leucemia. A mãe Tatiana Fernandes convocou uma espécie de ‘Liga da Justiça’.
“Receber um diagnóstico desse é como se a criança tivesse recebendo uma sentença de morte. Mas não menti para o João Victor e sempre afirmei a ele que ficaria tudo bem. Foi assim que também dei a notícia para a nossa família, com positividade. A gente pensa que a criança vai reagir de uma forma frágil, mas é exatamente ao contrário. Foi ele quem me deu uma lição de força, de coragem e de perseverança”, disse Tatiana, que destacou o acolhimento do Hospital Estadual da Criança:
“ Todo o atendimento fez a diferença durante o tratamento do João. É um ambiente colorido e alto astral. Todos tratam nossos filhos pelo nome, o que demonstra uma preocupação coletiva. Somos uma família, onde trocamos ideias e experiências”, comentou a mãe.
Presente de aniversário ‘adiantado’
Embora o aniversário de Lucas Marrocos seja celebrado em outubro, ele ganhou o presente no mês de agosto, quando passou por um transplante e recebeu um novo rim. O menino nasceu com uma má formação nos ureteres, que têm a função transportar a urina dos rins para a bexiga. Durante um período, Lucas realizou diálises, mas devido ao agravamento do quadro, foi necessário entrar na fila para o transplante.
“ Com pouco tempo de espera na fila, o Lucas foi compatível para receber o órgão doado pela família e realizou o procedimento aqui no Hospital da Criança. Foi necessária uma nova internação para tratar uma infecção, mas eu o considero um menino vitorioso por já ter passado por mais de 10 cirurgias ao longo desses quase 8 anos de vida. E sempre sorrindo. Sinto que meu filho tem muita força de viver”, revelou a mãe, Isabella Correa Dantas.