O Governo do Estado vai abrir neste sábado (9) o Hospital de Campanha do Maracanã, construído em 38 dias e que funcionará na área externa do estádio. A unidade é voltada ao atendimento às vítimas em estado grave da Covid-19. Neste fim de semana serão abertos 170 dos 400 leitos do hospital, sendo 50 de UTI e 120 de enfermaria. Os outros 230 ainda estão sendo finalizados e serão entregues à população até a próxima sexta-feira (15).
“Este hospital aqui no Maracanã é de alta complexidade, é um hospital que, comparado com o que foi feito na China, em 30 dias, tem uma complexidade ainda maior. Em São Paulo, 9 a 10% dos hospitais são destinados à UTI. Aqui, 100% dos hospitais serão destinados à UTI”, afirmou o governador Wilson Witzel, que esteve reunido com o ministro da Saúde, Nelson Teich, no Hospital de Campanha do Maracanã.
O secretário de Saúde, Edmar Santos, informou também que na segunda-feira (11/5) serão abertos 80 dos 200 leitos do Hospital de Campanha do Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, e que outros 20 leitos também serão entregues ao longo da próxima semana. No Hospital de Campanha do Leblon, construído no terreno ao lado do 23° Batalhão da PM, serão abertos na segunda-feira (11) os 100 leitos que faltavam, completando o total de 200.
No Hospital de Campanha do Maracanã há dois equipamentos de tomografia computadorizada e aparelhos de ultrassom, raio-X portátil e hemodiálise. Mas a grande novidade será um computador que permitirá aos pacientes internados conversar por videoconferência com os parentes em casa. “Essa novidade será muito importante para humanizar o atendimento aos pacientes do coronavírus nesta unidade”, disse Edmar Santos.
Reforço com leitos privados
Além de aumentar a oferta de leitos públicos, o governo também tentará obter vagas em leitos da rede privada. Em reunião realizada na sexta-feira (8), o governador Wilson Witzel informou a dirigentes de federações e sindicatos de hospitais e estabelecimentos de saúde que até terça-feira deverá editar decreto requisitando leitos particulares em todo o Estado do Rio para complementar o atendimento às vítimas da Covid-19.
Por determinação do governador, a Secretaria estadual de Saúde está enviando ofício às instituições privadas requisitando as planilhas de custos de operação de leitos de UTI e enfermaria na rede privada, além de informações sobre o número de leitos vagos na rede particular de todo o estado. Com esses dados, será calculado o valor que o Governo do Rio pagará pelos leitos requisitados. Witzel também decidiu fazer um chamamento público aos médicos e demais profissionais de saúde de outros estados que queiram trabalhar no Rio de Janeiro no atendimento às vítimas do coronavírus, inclusive em hospitais de campanha.
O governador também pedirá ao Ministério da Saúde auxílio na contratação de profissionais de saúde da China e de outros países que já venceram a epidemia de coronavírus. O procurador-geral da Justiça, Eduardo Gussem, e a secretária-geral de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Talita Schwartz, que participaram da reunião, disseram que vão analisar a minuta de decreto antes da publicação, principalmente quanto aos valores estabelecidos para indenização pelos leitos privados. Para dar transparência ao processo, haverá ampla divulgação de todas as informações a respeito dessas requisições.