Centro de Memória dos Povos Originários e Tradicionais da Costa Verde celebra as heranças africanas, indígenas e japonesas da região
O Centro de Memória dos Povos Originários e Tradicionais da Costa Verde, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, realiza no próximo sábado, dia 12 de abril, o evento de encerramento da exposição “A Presença dos Africanos na Região da Costa Verde: Pérolas da Realeza”, que esteve em cartaz por três meses no Shopping PátioMix, em Itaguaí. Além deste encerramento, o espaço segue celebrando a riqueza cultural da região com a abertura da nova exposição “Tuguyrape: Indígenas na Região da Costa Verde”, marcada para o dia 17 de abril. Ambas as exposições são gratuitas e abertas ao público, destacando as heranças africana e indígena na Costa Verde, entre Angra dos Reis e Paraty.
A mostra sobre a presença africana na região trouxe para Itaguaí um recorte da história dos Quilombos da Marambaia, Santa Justina e Santa Izabel, Santa Rita do Bracuí e Campinho da Independência. O evento de encerramento contará com a participação de vozes quilombolas, que prometem emocionar o público com cantos e relatos de resistência. A programação conta apresentação musical de Bárbara Guerra e a leitura e poesia com Vânia Guerra, representantes do Quilombo da Marambaia.
Em 2024, o Centro de Memória também dedicou três meses à exposição “A Presença dos Japoneses na Costa Verde”, que destacou a contribuição da imigração japonesa para a formação cultural e econômica da região.
Celebrando a cultura indígena na Costa Verde
No dia 17 de abril, quinta-feira, a partir das 13h, será inaugurada a exposição “Tuguyrape: Indígenas na Região da Costa Verde”. O termo “Tuguyrape”, que significa “na corrente sanguínea”, foi escolhido para simbolizar a ligação profunda entre os povos indígenas e seus territórios. A mostra apresentará a história, cultura e os costumes dos povos Guarani e Pataxó, evidenciando sua conexão com o conceito do Corpo-Território — expressão que reflete a identidade e a luta desses povos pela preservação de suas terras.
A historiadora e pesquisadora da exposição, Ana Paula da Silva, destaca a importância da iniciativa: “O Rio de Janeiro, assim como todo o território brasileiro, é habitado por povos que falam diferentes línguas, sonham e vivem, segundo seus jeitos de ser e estar no mundo. Na região da Costa Verde, não é diferente. Ali, acarinhados pela Mata Atlântica e embalados pelas ondas do mar, vivem os Guarani Mbya e Pataxó. Encontrando formas de animar suas existências, eles lutam diariamente para manter seus territórios, práticas culturais, conhecimentos dos mais velhos e vencer as adversidades oriundas das relações, nem sempre amistosas, com a sociedade regional. Tuguyrape: Indígenas na Costa Verde é um convite para tornar mais visível as ricas culturas desses povos e para lembrar ao visitante que a Costa Verde sempre foi e será indígena”, conclui Ana Paula da Silva.
A programação do dia inclui coral indígena, pintura corporal, oficina de desenho, contação de histórias e brincadeiras tradicionais, proporcionando uma imersão na cultura indígena contemporânea. “Toda a curadoria foi construída com base nas narrativas das próprias aldeias, respeitando e validando suas perspectivas até a finalização dos conteúdos apresentados”, explicou Horlan Gentil, que é responsável pela Direção Criativa e Curadoria Geral do Centro de Memória dos Povos Originários e Tradicionais da Costa Verde.
O Centro de Memória dos Povos Originários e Tradicionais da Costa Verde está localizado na Rodovia Rio x Santos, SN, dentro do Shopping PátioMix, em Itaguaí. A entrada para as exposições é gratuita, oferecendo uma oportunidade para o público conhecer e valorizar as tradições culturais que seguem pulsando na Costa Verde.
PROGRAMAÇÃO:
Coral Indígena
Pintura Corporal Indígena
Oficina Artesanato Indígena
Oficina de Desenho Indígena e Caricatura
Educativo: Visita Guiada
Palestra
Mostra audiovisual de curtas indígenas