O Governo do Rio vem agindo no combate ao racismo estrutural, um mal que aflige a sociedade brasileira. E, em 2020, no mesmo ano em que celebra a primeira reitora negra de uma instituição universitária estadual, o Instituto de Segurança Pública (ISP) lança um dossiê inédito sobre crimes raciais.
“Meus pais sempre atuaram no movimento negro, e todo avanço que nós tivemos em relação à lei que estabeleceu que racismo é crime e à lei de cotas teve, em certa medida, a participação deles. Minha família trabalhou muito no nosso empoderamento, e esse incentivo foi fundamental”, relata a professora Luanda Moraes, eleita para a gestão de 2021 a 2025, no Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo). Luanda é formada em universidade federal e com pós-doutorado na Universidade do Estado Rio de Janeiro.
O estudo do ISP é primeiro produzido por um governo estadual no Brasil, com o intuito de analisar e evidenciar os crimes de injúria e preconceito que possuam motivação racial. O levantamento constatou que em 2019 o perfil das vítimas, em sua maioria é mulher, com idades entre 40 e 59 anos. Em 42,9% dos casos, elas não possuíam nenhuma relação com os autores dos crimes.
Estas são as primeiras estatísticas oficiais sobre o tema usando como fonte de dados quase três mil registros de ocorrência confeccionados em 2018 e 2019 nas delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro.
FOTO Paulo Vitor