O Fórum de Desenvolvimento Permanente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) promoveu, nesta quinta-feira (30), a segunda edição da Roda Cooperativa de Mulheres Empreendedoras da Região Metropolitana do Rio de Janeiro/Impacta Mulher. O debate contou com a presença de três mulheres empreendedoras que têm negócios de impactos sociais, que falaram sobre os desafios de empreender em meio à pandemia.
Criada em 2017, a Brassau Migrações é uma organização social que regulariza documentos e oferece apoio na Defesa dos Direitos e Deveres dos Migrantes Internacionais. A ideia surgiu da necessidade de orientar migrantes, em especial vindos de países do continente africano, a se estabelecer e se adaptar no estado do Rio de Janeiro. “No início, nós nos reuníamos com mulheres imigrantes da Guiné-Bissau para dar um apoio mais no sentido familiar. Em 2017 houve a implementação da Lei Federal 13.445/17, que regulamentou a entrada e estada no país e estabeleceu princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante. Nisso, vieram demandas para ajudar essa população e eu senti a necessidade de fazer alguma coisa”, contou, durante o debate, a fundadora da Brassau Migrações e consultora em Direito Migratório, Debora Gonzaga.
A falta de representatividade de pessoas LGBTQI+ em ambientes formais de trabalho levou Andréa Brazil a idealizar o projeto Capacitrans Empreendedorismo, ferramenta de inclusão social que capacita profissionalmente pessoas Trans e Travestis do Rio. “O objetivo do Capacitrans RJ é que pessoas Trans e Travestis, além da população LGB, não dependam única e exclusivamente de trabalhos informais nas ruas, nas esquinas, e fujam dos assédios sexuais. A partir daí formamos uma rede de alunos e apoiadores do projeto”, destacou Andréa Brazil.
Outro modelo de negócio social que foi apresentado durante o debate promovido pela Fórum Alerj foi a EfeMais Comunicação, representado pela sua fundadora, a comunicóloga Flávia Domingues. A Efemais Comunicação é uma assessoria que atua atendendo empresas, projetos sociais e Organizações Não-Governamentais (ONGs). “Temos em nosso cerne a preocupação com a diversidade e procuramos ter uma visão de responsabilidade congruente onde a comunicação seja um propulsor de negócios, em que cada vez mais e mais pessoas sejam beneficiadas”, ressaltou Domingues.
O encontro teve a mediação da secretária-geral do Fórum Alerj , Geiza Rocha, que destacou a importância da Lei Estadual 8.571/19, de autoria dos deputados André Ceciliano (PT), Renan Ferreirinha (PSB) e Mônica Francisco (Psol) e que prevê a criação de um Comitê Estadual e Investimentos e Negócios de Impacto Social. “A lei depende de um decreto do Poder Executivo para que esse Comitê Estadual seja criado. O que a Alerj vem fazendo é justamente manter esse diálogo ativo. Mas é importante salientar que a lei é muito importante por definir o que são negócios de impacto e assim permitir que outros projetos, leis e políticas públicas contemplem essas atividades”, frisou.