O Governo do Estado criou, nesta quarta-feira (01/09), uma força-tarefa, formada por representantes das secretarias de Transportes, de Polícia Civil, de Polícia Militar e da Casa Civil, para coibir a atuação de grupos criminosos na malha ferroviária fluminense. O objetivo é evitar ações de vandalismo, como furtos de cabos e equipamentos nas estações da SuperVia. A partir da noite de quarta-feira (01/09), haverá policiamento ostensivo nas estações de trem e seus entornos. Ao todo, 200 policiais militares vão atuar no reforço da segurança.
Representantes da Secretaria de Transportes e técnicos da SuperVia realizaram, nesta quarta-feira, uma vistoria no ramal Japeri. Com o levantamento, a secretaria planeja a melhoria da infraestrutura ferroviária, como o reparo e a construção de muros e passarelas.
O efetivo triplicado da Polícia Militar vai patrulhar os 270 quilômetros da malha ferroviária do estado e ruas do entorno e locais próximos a recicladoras e ferros-velhos para combater a compra e venda de materiais furtados. Haverá, ainda, patrulhamento aéreo, com o uso de infravermelho durante a noite.
O trabalho de investigação da Secretaria de Polícia Civil será intensificado. Há dois meses, foi deflagrada a operação ‘Caminho do Cobre’, que mapeia todo o processo entre a compra e venda dos materiais roubados. Ao todo, a ação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Cinco empresas de reciclagem foram interditadas, oito pessoas foram presas em flagrante e 20 conduzidas à Delegacia de Roubos e Furtos para esclarecimentos. Os agentes também apreenderam toneladas de cabos de telefonia e de internet, trilhos de trem e outros materiais da SuperVia, baterias estacionárias, placas e R$ 200 mil em dinheiro.
Comissão de Transportes pede que MP apure constantes atrasos nos trens da SuperVia
A Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) enviou um ofício ao Ministério Público Estadual (MPRJ), nesta quarta-feira (01/09), requerendo a apuração das causas dos constantes atrasos em linhas de trens da concessionária SuperVia. Nos dois primeiros dias desta semana (segunda e terça), os trens do ramal Japeri, que vai da Central do Brasil, no centro da cidade do Rio, até Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, circularam com intervalo maior que o usual. A comissão também irá oficiar a própria SuperVia para que explique quais medidas de segurança estão sendo tomadas, para que os atrasos sejam evitados. De acordo com a concessionária, os atrasos se devem ao furto de cabos e equipamentos de sinalização.
No documento, protocolado na 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva De Defesa do Consumidor e do Contribuinte, a comissão relata que “se trata de uma sucessão de problemas, há tempos ocorrendo em face da população e que, neste sentido, se tem atrasos, paralisações de composições por falta de manutenção e peças, redução do número de funcionários na empresa, e assim causando prejuízos aos trabalhadores incalculáveis”.
Para o presidente da comissão, deputado Dionisio Lins (PP), o fato de a concessionária não ter um plano de emergência para atuar em conjunto com as empresas de ônibus, para que estas transportem passageiros nestas situações emergenciais, não é justo. O parlamentar também questionou a atuação da SuperVia diante dos recorrentes furtos.
“Sabemos que o roubo de cabos já virou uma rotina, tanto na SuperVia como no metrô. Vamos cobrar as medidas que a empresa irá tomar, para ao menos minimizar a situação. Por que eles não solicitam à Polícia Militar que atue de forma mais presente ao longo da via que margeia as estações? A empresa poderia também fazer um levantamento das áreas com maior incidência de furtos, além de intensificar a segurança de sua malha ferroviária não só com rondas, como também com o uso de drones, durante o dia e à noite para tentar identificar essas quadrilhas”, acrescentou Dionisio.
FOTOS Philippe Lima