Que a leitura é um hábito saudável ninguém discute. Aliás, por meio dela podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. E para incentivar crianças, adolescentes e jovens a embarcarem no mundo da imaginação, o município de Queimados, na Baixada Fluminense, promoveu durante dois dias a sua I Feira Literária (FLIQ). O encontro realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, contou com a participação de mais de 3 mil pessoas, entre eles escritores, contadores de histórias, palestrantes, autores, estudantes e profissionais da rede municipal de ensino, no Ginásio Metodista.
Em cada estande era possível se aprofundar nos universos fantásticos, nos seres extraordinários e até mesmo em histórias do cotidiano nas páginas dos livros e nas contações de histórias. O evento reuniu grandes nomes da literatura do Estado do Rio de Janeiro e especialmente da Baixada Fluminense, como o autor de obras para crianças e jovens, Júlio Emílio Braz, e do escritor e ganhador do prêmio Jabuti, Otávio Júnior, que foi homenageado durante a feira literária.
“Eu sou um grande apaixonado por feiras literárias e fico feliz de ver isso aqui em Queimados. Ao olhar para todos aqui é possível ver como a leitura tem um poder transformador. E ser homenageado é muito significativo”, disse o escritor premiado Otávio Júnior.
Ler é um prazer e muita gente sabe disso, mas imagine ser reconhecido por este ato. O aluno do 5° ano da E.M Allan Kardec, Mateus Andrade (11 anos), foi premiado por ler mais de 30 títulos por meio da plataforma gamificada Árvore Livros.
“O aplicativo é muito bom. Os livros são educativos, eu adorei. E é impressionante ler desta forma inovadora. Eu me tornei leitor por conta da plataforma. E isso me motiva a ser escritor e professor de literatura”, disse o estudante.
ARTE EM PAUTA
E ainda nesse universo de leitura e escrita, a II Semana de Artes também teve destaque com os trabalhos fotográficos produzidos durante o ano na rede municipal de ensino. O tema trabalhado foi afroturismo, que busca um despertar para a consciência histórica e ancestral das pessoas negras, exaltando isso no futuro. Além disso, o evento contou com exposição do projeto “Sentindo na Pele”, que conta com fotos dos alunos que se reconhecem negros.
Um grupo de cinco alunos do 9° ano, da E.M Prof° Leopoldo Machado, se uniram para produzir uma performance de afroturismo. Yasmin Oliveira (14), Milena Moura (15), Gabriel da Silva (15), Keven Leonardo Libório (15) e Hevillyn Ribeiro (14) da E.M Leopoldo Machado falaram da importância de exaltar a beleza negra e o combate ao racismo.
“Eu aprendi a me amar mais, a gostar do meu cabelo, de quem eu sou e me reconhecer como pessoa negra. Foi um trabalho significativo, pois é um assunto pouco falado inclusive. Precisamos ensinar que a cor não é motivo de vergonha”, destacaram os alunos que foram orientados pela professora de artes Juliana Santana.
O secretário municipal de Educação, André Monsores, enfatizou a importância de promover feiras e encontros literários.
“Enquanto educadores temos a missão de aguçar a imaginação e criatividade das crianças. Por isso, criamos um componente curricular para incentivar a leitura e a produção de textos. A plataforma gamificada de leitura tem mais de 40 mil títulos para nossos alunos e professores. Agora, com a realização da feira, conseguimos motivar mais ainda que nossos estudantes mergulhem no universo dos livros. A feira foi linda e um verdadeiro sucesso”, disse.