A Baixada Fluminense celebra neste sábado (30/04) sua história e a riqueza construída pela sua população. A Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), órgão da Prefeitura Municipal, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, vai reunir especialistas para comemorar o Dia da Baixada com muito conhecimento compartilhado, a partir das 13h, no Espaço D, terceiro piso do TopShopping, no Centro de Nova Iguaçu. Entre as atrações, será apresentada a exposição “Maquetes da Baixada Fluminense”, do geógrafo Ricardo Breguelé.
O público poderá conhecer as maquetes da região, além de reproduções do território produzidas artesanalmente em material reciclado. “Esse tipo de material didático permite a observação do relevo da Baixada sem perder informações originais como hidrografia, rodovias e ocupação urbana. Assim, os alunos e o público em geral podem ter a noção de sua localização. Paralelamente à exposição haverá uma mini oficina de produção de maquete simples que permitirá o conhecimento de como foram produzidas as maquetes expostas”, destacou Ricardo Breguelé.
O professor afirmou que nos dias atuais há um grande esforço de pesquisadores e agentes culturais da região em demonstrar a relevância da região no cenário metropolitano como reação aos preconceitos estabelecidos na mídia e nos estereótipos do imaginário popular.
“A instalação de universidades públicas na Baixada permitiu uma grande produção sobre a história econômica e geográfica e uma troca com agentes locais criando uma rede que vem produzindo uma massa crítica e o acúmulo de conhecimento e propostas para o desenvolvimento local e superação das desigualdades sociais”, disse Ricardo Breguelé.
A data, 30 de abril, foi escolhida como Dia da Baixada, por remeter à data da inauguração da primeira estrada de ferro construída no Brasil, em 1854. A ferrovia ligava o Porto de Mauá, em Magé, até Fragoso, no pé da Serra de Petrópolis. O surgimento das estações possibilitou povoados que formaram as cidades da Baixada.
Além da exposição das maquetes, o geógrafo vai apresentar no mesmo local a exposição “Nossos mortos têm endereço”. Ela consiste de uma série de mapas sobre a violência no espaço metropolitano entre 2010 e 2020. O objetivo é mostrar que essa violência está intimamente ligada à desigualdade de renda, escolaridade e cor da pele.
As exposições convergem com a Roda de Conversa que vai acontecer na sequência do evento. Quatro especialistas em Baixada Fluminense vão apresentar diversos aspectos da formação desse território. A mesa será composta pelo arquiteto e urbanista Vicente Loureiro, o professor de economia da UFRRJ e poeta Bruno Borja, a professora e doutoranda da UFRRJ Juliana Drummond, e o professor e doutorando em história da UFRRJ Allofs Daniel Batista.
O professor Allofs destaca que as produções literárias podem contribuir para o enriquecimento da pesquisa sobre a região. “A bibliografia sobre a Baixada Fluminense vem crescendo significativamente desde que chegaram a UERJ em Duque de Caxias e a Rural em Nova Iguaçu. Pela UFRRJ, por exemplo, eu tive oportunidade de escrever capítulos de pelo menos 4 livros. No ano passado pude lançar, com apoio da Lei Aldir Blanc, o livro “Nova Iguaçu: Muito Prazer!”, que está disponível em formato digital para acesso gratuito. Nosso desejo é poder publicar em formato físico para distribuir gratuitamente nas escolas públicas do município. O livro está hospedado em um endereço eletrônico e quem tiver curiosidade, além de ler gratuitamente, pode acessar pesquisas de temas variados, todas sobre a Baixada Fluminense”, disse Allofs. O link do livro é: https://centrodemoriagitaldenovaiguacu.wordpress.com/nova-iguacu-muito-prazer/
Allofs Daniel destaca a importância de Nova Iguaçu como detentora no passado de 7 distritos, que viraram municípios, rodovias e ferrovias importantes, na preservação de 57% de áreas de proteção ambiental, além dos recursos hídricos que a cidade proporciona para o Rio de Janeiro e boa parte da Região Metropolitana. Ele faz um convite para a participação na Semana de Culturas, Artes e Ciências da Baixada que está com mais de 80 atividades acontecendo em 9 municípios da Baixada Fluminense.