Na semana em que Nova Iguaçu comemora 187 anos, a Prefeitura promoveu uma volta ao passado, mas com um olhar especial para o futuro. Na quinta-feira (16), a Secretaria Municipal de Cultura (SEMCULT) apresentou o “Programa Patrimônio & Artes” que tem como objetivo a valorização, divulgação, recuperação, restauração e proteção do Patrimônio cultural, material e imaterial iguaçuano.
A explanação aconteceu no Teatro Sylvio Monteiro, na Casa de Cultura, e contou com a participação de membros do governo, da sociedade civil organizada, empresários e representantes de matrizes africanas. Em seguida, o grupo seguiu para a antiga Vila de Iguassú, onde estão situados patrimônios históricos da cidade. A primeira parada foi na Fazenda São Bernardino, um dos principais símbolos da história iguaçuana.
“Temos uma proposta para a recuperação da tulha (onde se guardava a produção e objetos do engenho) e da senzala da fazenda. Também temos o grande sonho de restaurar o casarão. Ele poderia abrigar algo como o Museu de Iguaçu ou então o Museu de Artes da Baixada. O espaço também poderia receber grandes eventos culturais”, vislumbra o secretário municipal de Cultura, Marcus Monteiro.
A expedição também passou pelo Cemitério da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, pela Torre Sineira da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú e pelo Cemitério de Iguassu Velho, que teve sua escadaria construída no século XIX e restaurada no ano passado. Todos estes locais eram desconhecidos para a engenheira civil Maria Emília Magalhães. Aos 88 anos, ela esbanjou disposição durante o passeio.
“O único lugar que eu conhecia aqui era a Fazenda São Bernardino, mas a última vez que vim aqui faz foi na década de 1980, antes do incêndio. É triste ver como está, que o patrimônio ficou abandonado durante todo este tempo. Felizmente há um projeto de restauração que vai permitir recuperar parte da história”, disse Maria Emília.
Mini Paraty em Nova Iguaçu
As duas últimas paradas da expedição foram o antigo Porto de Vila Iguassú e a Estrada Real do Comércio, uma das mais importantes vias na época do Império. Às margens dela, o secretário Marcus Monteiro pretende criar uma espécie de ‘mini Paraty’. O projeto apresentado pela SEMCULT constitui na abertura de edital de ocupação das áreas através de disponibilização de lotes.
“Iremos fornecer os projetos arquitetônicos, e as construções deverão seguir o padrão. Temos um calçamento fantástico e beleza paisagística maravilhosa. Podemos transformar um trecho da Estrada Real do Comércio em uma pequena Paraty. Este lugar precisa ser mostrado ao mundo”, afirma o secretário.
Cultura local valorizada
A Prefeitura de Nova Iguaçu instituiu 2020 como o Ano do Patrimônio Cultural Iguaçuano. O decreto nº 11.835, de 9 de janeiro de 2020, publicado em Diário Oficial no último dia 10, tem como objetivo recuperar, divulgar, valorizar, proteger e preservar o patrimônio cultural, material e imaterial da cidade. Também ficou estabelecida a criação da Medalha do Mérito Cultural, uma antiga reivindicação dos artistas e dos gestores de cultura do município.
Com o decreto do prefeito Rogerio Lisboa, as secretarias de Cultura e Urbanismo de Nova Iguaçu devem buscar parcerias com instituições, empresas e sociedade civil organizada, com o objetivo de integração e captação de recursos que visem a realização de projetos relacionados a proteção e preservação do patrimônio cultural. Além da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (FENIG) dando apoio, a Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria de Cultura, vai desenvolver ações de educação patrimonial, especialmente em palestras, mostras, exposições, seminários e visitas aos sítios e monumentos históricos iguaçuanos.
Em relação à medalha e o diploma de Mérito Cultural da cidade, a homenagem será concedida para pessoas e instituições que trabalhem em prol da cultura iguaçuana. A escolha será feita por uma comissão formada por cinco pessoas.