A fim de buscar soluções para garantir a realização do Carnaval de rua deste ano, o governador em exercício Cláudio Castro garantiu que o estado do Rio de Janeiro usará as leis de incentivo para viabilizar o carnaval. Ele garantiu que o governador Wilson Witzel está comprometido em apoiar o evento, que atrai turistas de todo mundo para a cidade. São necessários ainda cerca de R$ 700 mil para cumprir as exigências de bombeiros e da Riotur. Esse recurso será buscado pela renúncia fiscal do estado junto a empresas privadas.
Castro se reuniu ontem (9), com representantes do Fórum Carioca de Carnaval de Rua, grupo formado por oito associações de blocos – entre elas, a Sebastiana, a Liga dos Amigos do Zé Pereira e o Cordão da Bola Preta. A proposta do Governo do Estado é viabilizar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o custeio da infraestrutura necessária para os desfiles das agremiações, incluindo o recurso adicional para inclusão de mais postos de atendimento médico e ambulâncias ao longo dos trajetos. Ao todo, seriam necessários R$ 12,7 milhões para que toda a cidade do Rio de Janeiro seja contemplada com a logística de saúde.
“Esta é a terceira reunião em que o Governo do Estado está presente sobre as tratativas do Carnaval 2020. Isso demonstra nossa atenção às mais variadas manifestações culturais da festa, que faz parte da vocação do Rio de Janeiro. Soubemos que os blocos tradicionais estão em busca de alternativas para atender à exigência de mais postos de saúde e ambulância durante os desfiles. Vamos nos reunir com os parceiros para apresentar a sugestão de acrescentar R$ 700 mil ao valor final do incentivo fiscal e não repassar este custeio aos blocos, o que poderia inviabilizar os desfiles”, falou Cláudio Castro.
Na próxima semana, haverá uma nova reunião para definir a logística de distribuição dos postos médicos e dos veículos de pronto atendimento à população. Serão 543 desfiles de blocos carnavalescos, que estarão divididos entre as regiões do Centro, Zonas Sul, Norte e Oeste da capital. A disponibilidade de mais infraestrutura durante os blocos é uma forma de facilitar as autorizações dos órgãos de segurança – Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
“A reunião foi um grande avanço e uma conquista enorme por sabermos da disponibilidade do Governo do Estado em criar uma estratégia para uma solução imediata para a questão do custo adicional da saúde, que seria repassado aos blocos de rua. Nada melhor do que uma mesa de diálogo, onde falamos e somos ouvidos, e saímos hoje com o comprometimento do Estado que o assunto mais urgente será agilizado, pois estamos com o tempo apertado, visto que os desfiles dos blocos que integram o Fórum começam no dia 8 de fevereiro”, disse a presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro (Sebastiana), Rita Fernandes.
Estiveram presentes na reunião, no Palácio Guanabara, os secretários da Casa Civil e Governança, André Moura, de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, o subsecretário de Grandes Eventos, Ruan Lira, além de membros da Secretaria de Polícia Militar.
Expectativa de 7 milhões de pessoas
O Carnaval deste ano deve atrair, ao todo, 7 milhões de pessoas, sendo 1,9 milhão de turistas. Segundo o Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (Hotéis Rio), cerca de 68% de reservas já foram realizadas até o momento para o período. A expectativa é de ultrapassar os 88% de ocupação registrados em 2019.
O fomento a uma das maiores festas populares brasileiras faz parte da estratégia do Governo do Rio para atrair mais turistas para o estado. Para dar mais celeridade aos processos de autorização e liberação aos grandes eventos, entres eles o Carnaval, foi criado um grupo de estudo para o aperfeiçoar o marco regulatório.
“Já existe uma articulação feita por um grupo de trabalho que, inclusive conta com a participação do Ministério Público, para reorganizar e definir uma nova formatação do marco regulatório, com o envolvimento dos principais atores que organizam e atuam nas festas populares, como o Carnaval”, falou a secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.