No auditório lotado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), nesta terça-feira (15/10), o Comitê Climatec, formado por alunos do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, de Nova Iguaçu, apresentou seu trabalho especial durante a 1ª Conferência do Clima e Meio Ambiente da Baixada, na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da UFRRJ. O grupo de estudos mostrou o projeto desenvolvido na escola, que une tecnologia, ciência e arte para fazer protótipos de papelão e outros materiais recicláveis, utilizando sensores programados para funções inteligentes.
“É algo muito diferente, pois eu estou tendo ótimas experiências em grupo e também estou tendo que me dedicar mais. As pesquisas sobre clima me deram uma visão diferente e mostraram o quanto ele precisa ser cuidado”, destacou César David, de 17 anos, integrante do comitê e aluno da 2ª série do Ensino Médio da escola da Baixada.
O Comitê Climatec é formado pelo professor Júlio César Manoel, de Geografia, e 10 alunos do colégio, em parceria com o Laboratório de Ensino de Clima da UFRRJ, coordenado pela professora Cristiane Cardoso. O objetivo do grupo é discutir problemas ambientais e climáticos, buscando ampliar o debate, o conhecimento e a justiça climática.
“Estar participando de um projeto tão incrível e tão importante vem mudando minha vida, no aspecto educacional e social. Como aluna de uma instituição pública, a implementação de um projeto que alimenta uma inter-relação escola/universidade é um sonho, muitos querem seguir estudando em uma universidade, mas pela falta de oportunidades e de visibilidade, acabam entendendo que não são capazes de chegar lá. E é exatamente esse sentimento que o comitê passa para todos nós, de esperança e valorização”, disse Rafaela Fardilha, de 17 anos, que cursa a 2ª série do Ensino Médio.
O grupo, único de uma escola de Ensino Médio a se apresentar no evento da UFRRJ, se reúne às segundas-feiras no laboratório do Instituto Multidisciplinar e às terças-feiras no colégio, sempre no contraturno. A participação dos alunos é voluntária.
“Ver a evolução deles ao longo do tempo e acompanhar a criação de soluções para os desafios climáticos é gratificante. O comitê prova que o conhecimento, quando acessível e transformador, abre portas e constrói pontes para um futuro mais justo e sustentável”, comentou o professor Júlio César Manoel.
Ao unir tecnologia, arte e ciência, o projeto oferece uma oportunidade única de aprendizado colaborativo e prático, permitindo que os estudantes vivenciem a realidade de pesquisa e ampliem suas perspectivas.
“Sempre apoio todas as iniciativas dos professores de programar quaisquer ações ou projetos que levem nossos alunos a ir além dos muros da escola e expandir seus horizontes. Meu lema atual é que o Justiniano seja uma escola de oportunidades”, declarou a diretora da unidade, Adriana Igrejas.
E não para por aí. Com esse trabalho desenvolvido, a escola já foi convidada para participar e apresentar suas propostas na edição nacional desta conferência em 2025.
“O Climatec me ajudou a desenvolver um pensamento mais crítico, que impulsiona cada vez mais minha vida acadêmica e minha futura carreira profissional”, concluiu Miguel Simões, de 16 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio da escola de Nova Iguaçu.