A sessão de cinema ocupou a sala 2 do Kinoplex do Shopping Nova Iguaçu na manhã de segunda (13) com novidades do audiovisual da Baixada Fluminense. Em evento com direito a tapete vermelho, os alunos das turmas de 2023 da EncontrArte Audiovisual tiveram o prazer de assistirem aos seus trabalhos na tela grande. Antes da exibição dos filmes houve a apresentação da EncontrArte pelos gestores Claudina Olivêira e Tiago Costa. Os filmes estrearam seguidos de imagens de bastidores das produções, ou making of. Em ordem, foram exibidos “O Teste”, de Emanuel Sedano; “À Porta”, de D’Andrade; “Entre Realidades”, de Gisele Nunes e “Super Palmitão”, de Endrel Luiz.
Em momento de muita emoção foi exibido o curta “Dia de Produtor”, de Guilherme Leopoldo, ex-aluno EncontrArte, acompanhando um dia de Fabio Mateus. O relato vivo e natural de Fabio foi traduzido em lágrimas dos saudosos presentes na plateia, principalmente de Glória e Fernanda, respectivamente mãe e irmã do homenageado, e de Bernadete Travassos, viúva de Fabio. Convidada para ir ao microfone, dona Glória afirmou a saudade do filho.
A atriz Ana Moreira, protagonista de “O Teste”, afirmou no tapete vermelho que sonhava ter um trabalho exibido em sala de cinema e a première feita pela EncontrArte permitiu a realização. O sentimento é compartilhado com o diretor e roteirista do filme, Emanuel Sedano. O jovem, natural de Queimados, relata sobre a oportunidade de estudar cinema.
“Foi uma experiência e tanto. EncontrArte possibilita alcançar coisas que muitas vezes pra nós da Baixada é quase inalcançável. Quando que a gente pode estudar cinema?”
Gisele Nunes é mais uma aluna estreante na direção cinematográfica. Com o forte curta “Entre Realidades”, busca também impactar de alguma forma a sociedade sobre conscientização a respeito da violência doméstica. A jovem conta também sobre a transformação da própria noção de tempo após a experiência com a produção audiovisual.
“Espero que meu filme traga reflexão sobre violência doméstica e mostre a capacidade da mente humana de fugir dentro de um ambiente violento. Minha experiência em set foi incrível e pude entender o valor do tempo. Horas dedicadas a uma cena e só trinta segundos de tela ou menos.”
Estudar cinema até pouco tempo atrás era restrito à poucas capitais do país e a um custo alto. Na Baixada Fluminense, com todo contexto de equipamentos culturais disponíveis e oportunidades, estudar cinema ainda é muito difícil. A região tem 13 municípios e apenas 2 cursos de cinema. Todos os curtas exibidos foram sucesso para o público presente e se apresentam promissores para o circuito de festivais. Diversos presentes se atentaram para a qualidade técnica dos filmes e para a importância de cada narrativa transpassada para as telas. É a arte do cinema com assinatura da Baixada Fluminense.
Fotos: Danilo Sérgio