O descaso por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro com a população de Nova Iguaçu se confirma mais uma vez. A entrega do hospital de campanha da cidade, que aconteceria nesta sexta-feira (29) foi adiada novamente, desta vez, sem data de abertura. Segundo a Iabas, organização social responsável pela construção e gestão das unidades e que é alvo de operações que apura fraudes nas contratações da Saúde, a entrega foi adiada por conta do envio do piso que seria utilizado no hospital de Nova Iguaçu, para a unidade de São Gonçalo. O Tribunal de Contas do Estado suspendeu todos os pagamentos da Secretaria de Estado de Saúde para a organização social até que todas as pendências sejam resolvidas.
Já o Hospital Modular de Nova Iguaçu, que está sendo construído pela Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura (Seinfra) no mesmo local, segue o cronograma divulgado inicialmente. A pasta concluiu no último fim de semana, o primeiro módulo com capacidade para 100 leitos, sendo 40 UTI, e da parte administrativa, entregando a nova área pronta para a Secretaria de Estado de Saúde, responsável pela gestão, que ainda não informou quando vai começar a funcionar. A obra segue agora para a finalização dos outros 200 leitos (80 de UTIs). A área já concluída será totalmente isolada para que os operários continuem trabalhando normalmente, protegendo a eles e também aos pacientes.
Enquanto isso, a população de Nova Iguaçu que precisa de um atendimento de média e alta complexidade em decorrência da covid-19, pode contar apenas com o Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse, que apesar dos esforços com a ampliação de novos leitos, não dá conta de atender a alta demanda de pacientes oriundos de diversos municípios da região, como Mesquita, por exemplo, que não possui leito de UTI.
“É um verdadeiro descaso do Governo do Estado com a população da Baixada Fluminense. Num momento crítico como esse, além de termos que lidar com essa pandemia que ocasionou no fechamento de lojas, queda da nossa receita e várias famílias com problemas financeiros, ainda temos que lidar mais uma vez com essas denúncias de fraudes e desvios de verbas no governo estadual que deveria estar dando todo o suporte necessário para a população ter um atendimento médico mais digno”, explicou João Carlos, que tem uma loja de roupas na cidade.
Fraudes na Saúde
O governador Wilson Witzel também é alvo da Operação Placebo. Policiais federais estiveram na última terça-feira (26) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel para cumprir mandado de busca e apreensão. O objetivo é apurar indícios de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus no estado do Rio.