Doença que afeta uma a cada dez mulheres, a endometriose pode passar a fazer parte dos cursos de graduação das escolas de Medicina no Brasil. É o que defende a deputada federal Daniela do Waguinho (MDB-RJ), ao pedir a inclusão para o Ministério da Educação (MEC).
A enfermidade, se diagnosticada precocemente, pode ser curada. No entanto, por falta de conhecimento e de informação, muitas vezes a endometriose não é correta e prontamente diagnosticada, deixando mulheres por muitos anos sem tratamento, com a qualidade de vida afetada e riscos de ter a fertilidade comprometida.
“É fundamental que estudantes de medicina, antes mesmo de se especializarem, tomem conhecimento sobre a endometriose. Os sintomas, como a dor pélvica, se confundem com os de outras doenças. A inclusão na grade curricular é importante para o diagnóstico adequado e tratamento correto”, justifica Daniela do Waguinho na indicação número 500/2021, publicada no Diário Oficial.
A deputada é autora de projeto de lei que cria o dia e a semana nacional da luta contra a endometriose. Já aprovada na Câmara, a proposta está em tramitação no Senado. Há mais de 20 anos, os Estados Unidos e a Europa têm o mês de março como mês de conscientização da doença. E o dia 13 foi proposto em homenagem à 1ª edição da EndoMarcha no Brasil e no mundo.
“A cada ano, damos passos importantes na luta contra essa doença que atinge tantas mulheres, mas ainda há um longo caminho pela frente até que a lei seja sancionada e colocada em prática para as mulheres terem o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Até isso acontecer, seguiremos na luta pela conscientização sobre a endometriose”, conclui Daniela do Waguinho.
A endometriose é uma doença que, estima-se, acomete no Brasil 10% das mulheres desde muito jovens, podendo provocar sintomas estressantes e debilitantes, como dor pélvica, dismenorreia severa (dor no período menstrual), dispaurenia (dor genital associada à relação sexual) e infertilidade. Trata-se da implantação de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. O desconhecimento da doença faz com que os casos sejam diagnosticados em fase tardia, quando requer intervenções mais severas.