Com mais de 168 mil casos de dengue no estado registrados até 27 de março deste ano, a alta demanda por doações de plaquetas preocupa o Hemorio, que está lançando uma campanha para incentivar este tipo específico de doação. Antes da epidemia de dengue, a média era de quatro doadores de plaquetas por dia no hemocentro da Secretaria de Estado de Saúde e era suficiente para as demandas da rede hospitalar. Agora, o Hemorio precisa de 10 doadores por dia para conseguir atender a nova demanda.
Segundo o diretor do Hemorio, Luiz Amorim, as doações de plaquetas são essenciais para garantir o tratamento para pacientes que possuem a forma grave da doença, já que ajudam a controlar as hemorragias. “A dengue geralmente vem acompanhada de queda na contagem de plaquetas. Nos casos graves, essa queda pode ser muito grande e pode haver também sangramentos, que às vezes são vultosos. Nessas situações de diminuição das plaquetas combinada com hemorragia, a transfusão de plaquetas pode ser muito necessária”, explica Amorim.
Para obter uma bolsa com uma dose de 200 ml de plaquetas, são necessárias cinco doações de sangue. O processo de doação de plaquetas também é diferente da coleta nas doações comuns. O doador é conectado a uma máquina, chamada aférese, para onde o sangue extraído da veia é enviado e filtrado, extraindo-se apenas as plaquetas. Já sem este componente, o sangue volta para o corpo do doador. O processo leva, em média, uma hora.
“As doações de plaquetas são menos conhecidas pela população e costumam ser feitas por grupos de voluntários, com faixa etária média de 25 a 35 anos, que são convidados em função da regularidade com que procuram o Hemorio para doar sangue. Com esta campanha, queremos conscientizar também para a necessidade de doar plaquetas, que neste momento de epidemia de dengue é crucial”, ressalta Luiz Amorim.
Diferente da doação de sangue, a doação de plaquetas possui alguns critérios à parte. O primeiro deles é a necessidade do doador ter 150 mil plaquetas no sangue, que são identificadas por meio de um hemograma realizado no Hemorio. Assim como nas doações de sangue, testes para hepatite B, C, sífilis, doença de chagas, HIV e HTLV são realizados nos possíveis doadores assim que chegam à unidade. Há restrições específicas para pessoas que contraíram dengue e tiveram quadros graves da doença, que só podem doar plaquetas após um ano. Já em casos leves, a espera é de 30 dias.
Diante da duração mais longa do procedimento, o Hemorio recomenda agendar esse tipo de doação, que pode ser feita pelo telefone (21) 964638072. A doação de plaquetas funciona de segunda a sexta, das 7 às 14h.
Quem pode doar
Para doar plaquetas, é preciso ter entre 18 e 60 anos, pesar mais de 60 kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto.
Não é necessário estar em jejum, apenas evitar apenas alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. O Hemorio funciona todos os dias, das 7h às 18h, incluindo sábados, domingos e feriados, na Rua Frei Caneca, n° 8, no Centro do Rio.
Para mais informações, o candidato pode ligar para o Disque Sangue (3916-8310) que esclarece os pré-requisitos e dúvidas, além de informar o endereço das outras 26 unidades de coleta distribuídas pelo estado. O atendimento pelo telefone funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Foto: Mauricio Bazilio