A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado (Agetransp) respondeu a um ofício enviado pela CPI dos Trens, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), informando que não há previsão de retorno das linhas expressas no ramal Santa Cruz, e que o tema ainda está sendo estudado. A presidente da CPI, deputada Lucinha (PSD), comunicou a resposta da Agetransp em audiência pública da comissão, realizada nesta segunda-feira (16/05), para ouvir o presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central Logística), Flávio Vieira, sobre problemas estruturais nas linhas ferroviárias de passageiros.
Lucinha solicitou ao presidente da Central que envie, no prazo de 15 dias, um inventário atualizado discriminando todo o patrimônio da companhia. A parlamentar lamentou a ausência de prazo para retorno dos trens expressos no ramal Santa Cruz e destacou que o serviço não é bom por negligência dos órgãos de estado: “Se o sistema está tão deficiente é porque o poder público nunca deu atenção”.
Flávio Vieira ressaltou que assumiu a Central no dia 04/04, estando no cargo há apenas 45 dias, e por isso ainda não teria maiores detalhes sobre o patrimônio da empresa. Ele informou que há um projeto, a ser financiado em parte pelo Banco Mundial, para a construção de 22 passarelas e 12 passagens de nível, ao longo dos 270 quilômetros da linha férrea. O projeto ainda estaria em análise, e contaria com 48 milhões de dólares (aproximadamente R$ 243 milhões) disponibilizados pela instituição financeira internacional. Flávio também informou que há estudos em fase inicial para a ligação do ramal Santa Cruz ao município de Itaguaí, na Região Metropolitana, e que a companhia tem carência de pessoal técnico, já que 150 técnicos se aposentaram em 2021, por um programa de facilitação de aposentadoria, contando a Central hoje com somente 143 servidores.
O deputado Luiz Paulo (PSD) disse que irá solicitar, via CPI, que a Central Logística informe quantos ofícios sobre a falta de conservação da via permanente foram expedidos pela companhia nos últimos cinco anos. Luiz Paulo chamou a atenção para o fato de que é rotina em audiências públicas a falta de informações, diante das constantes trocas de gestores: “É muito comum dizerem que chegaram ontem e não responderem às perguntas a contento”.
FOTO Julia Passos