A cadeia de saúde aumentou em 3,4% o número de empregos formais no setor entre julho do ano passado e julho deste ano, o que equivale a quase 120 mil pessoas contratadas, apesar de ter-se reduzido em 0,3% o total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares no mesmo período, o equivale a menos 133 mil pessoas atendidas pelos planos.
“Enquanto na economia como um todo, continuamos com altíssimo desemprego e um nível de demissões que está, no máximo empatando com o de novas contratações, mostrando, portanto, estabilidade no número total de empregos, na área da saúde, houve crescimento expressivo de 3,4% em um ano, enquanto o emprego cresceu 0%”. A avaliação foi feita pelo superintendente executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), José Cechin, e se baseia em dados do Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, que foi divulgado ontem (18) pelo IESS.
“As pessoas fazem mais procedimentos, demandam mais consultas médicas, mais exames, mais internações hospitalares. Tudo isso é que está movendo o emprego. Eu diria que o consumo de saúde é que está promovendo a geração de empregos”, ressaltou Cechin.
Para Cechin, o aumento do emprego nos 12 meses findos em julho deste ano é um indicativo de que há grande potencial de crescimento no setor de saúde como um todo. Ele explicou que, para isso, o Brasil gasta como percentual do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) 9,2%, próximo dos 10% gastos pelos europeus.
“Ou seja, o esforço que a sociedade brasileira faz com o seu sistema de saúde relativamente ao PIB é similar ao que os europeus fazem. Desse ponto de vista, estamos empatados, embora a distribuição seja diferente. Na Europa, o gasto é público, aqui o prioritário é privado”, afirmou.
Gasto per capita
De acordo com Cechin, outro ponto que explica o potencial do setor é que, enquanto os europeus gastam, em média, acima de US$ 3 mil per capita, isto é, por indivíduo, com planos de saúde, no Brasil é apenas um pouco acima dos US$ 1 mil. “Ou seja, gastamos per capita menos de um terço do que os europeus gastam”. Por isso, acrescentou Cechin, há um potencial grande de crescimento do setor, que está se revelando ano a ano no crescimento do emprego na saúde.
Ele informou que houve um crescimento “importante” nas operadoras de planos de saúde, que, no último ano, empregaram mais de mil pessoas. Nos hospitais, médicos, clínicas, laboratórios, foram 2,8 mil novos empregos, considerando os prestadores de serviços. “Se o setor de saúde cresce, crescem também os setores que fornecem dispositivos médicos, equipamentos, medicamentos, materiais para o setor de saúde”.
No ano passado, foram 1,5 mil novas contratações, lembrou o superintendente do IESS. Apenas em julho deste ano, o saldo líquido é de 5,4 mil postos de trabalho criados, Nos sete meses findos em julho de 2019, foram 80,3 mil novas contratações na saúde privada e, em 12 meses, também encerrados em julho, os empregos no setor de saúde evidenciaram a geração de 116,8 mil novos postos.
Empregos públicos e privados
Somando os 3,6 milhões de empregos privados existentes na saúde com mais 1,3 milhão de servidores públicos contratados no setor, são 4,9 milhões de empregados nesta área como um todo, o que representa 11,3% do emprego formal do Brasil. “Se o setor de saúde pesa 9,2% do PIB e emprega 11,3% do emprego formal com carteira assinada, nós temos uma densidade de emprego por unidade de produto na saúde suplementar maior do que na economia como um todo. Ou seja, o setor de saúde é intensivo em mão de obra”, enfatizou Cechin.
Para ele, há uma tendência forte de aumento da participação do setor no PIB e de presença crescente no quadro de empregos no país.