Como anda o desenvolvimento da leitura e da escrita do seu filho?

Dentro da prática de leitura e de escrita, algumas frases rotineiras só demonstram o quanto as famílias se sentem ansiosas para que o mundo letrado chegue, o mais rápido possível, às crianças. Comentários como “o meu filho aprendeu a ler aos quatro anos”, “minha filha conta até dez desde os dois anos” e “meu filho já consegue ler palavras como bola e banana” costumam iniciar as comparações entre os pequenos, dando início a um processo que deveria, na verdade, ser focado na qualidade.

 São muitas as etapas pelas quais as crianças devem passar antes de estarem preparadas e com maturidade para o universo escrito. Não é necessário apenas ler e escrever, mas também muita criatividade e entendimento do mundo como um todo, repleto de significados, para a compreensão do que se está lendo e/ou escrevendo.

Os processos e as suas etapas

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), há um caminho a ser trilhado, respeitando as etapas de maturação, cognitiva ou motora, para que os filhos sejam capazes de se tornarem leitores/escritores com desenvoltura e autonomia.

Na infância, é importante que sejam cumpridas três etapas. Até os três anos, é preciso estimular a observação e a percepção de mundo por meio de expressões, recursos vocais com entonação e movimentos corporais para que a criança possa se expressar e demonstrar emoções dentro das próprias limitações. Nesse período, ela precisa adquirir um vocabulário que será aprimorado ao longo das demais fases.

De três a cinco anos, os pequenos devem desenvolver uma relação curiosa com a cultura e a escrita, explorando diversos tipos de textos, canções e rimas. É fundamental que haja uma curiosidade, sobretudo, pelos tipos de textos que costumam ser manipulados no dia a dia, já que o público infantil é capaz de perceber os diferentes usos sociais da escrita nesse período.

 A coordenadora pedagógica da educação infantil e do ensino fundamental anos iniciais, do Elite Rede de Ensino, Nathalia Ferrari salienta que, nessa etapa, ainda não é a hora da maturação completa. “Não é momento de cobrar que as crianças tenham formado habilidades para a aquisição da prática de leitura e escrita. Antes de tudo, elas precisam gostar e serem estimuladas a conhecer todo o processo. É comum que, nesse estágio, quando bem estimulados, os pequenos já consigam ler e escrever palavras simples de seu cotidiano. Contudo, não significa que o processo esteja concluído”.

Crianças a partir de seis anos já são capazes de produzir uma escrita e leitura espontânea, baseadas nas vivências experimentadas nas etapas anteriores. “É nessa época em que os estudantes conseguem aprimorar seus conhecimentos sobre o processo de alfabetização e que, a cada ano, podem adquirir maior protagonismo e autonomia na vida social. Isso é o que lhes permite utilizar com mais propriedade os recursos do mundo letrado”, explica Nathalia.

Durante todo esse processo, é primordial que os responsáveis envolvidos entendam e respeitem a faixa etária e o momento de cada um. Afinal, é muito mais significativo estimular a criança para que ela desenvolva competências e habilidades que a torne capaz de ler, escrever, entender e refletir sobre aquilo que está produzindo, tornando-a uma leitora e escritora crítica e responsável.

 A responsabilidade do hábito de leitura também é da família

  Os familiares devem contribuir com os professores quando o assunto é hábito de leitura. Para Nathalia, quanto mais ler, mais preparada estará a criança em todo o desenvolvimento. A coordenadora do Elite preparou uma série de dicas aos responsáveis:

– O ambiente de leitura deve ser um lugar limpo, arejado, tranquilo e que os filhos gostem de frequentar;

– Todos da família devem ter um momento dedicado para a leitura, sejam juntos ou separados. O exemplo é fundamental, não é necessário ter um momento fixo, mas que seja rotineiro;

– Promova um momento de compartilhar as curiosidades com empolgação e faça comentários entusiasmados sobre o que está lendo;

– De um até três anos: crie um ambiente leitor com recursos atraentes (livros para experimentação com texturas, sons, almofadas, músicas, instrumentos, cores e espelho);

– A partir dos quatro anos: o ambiente leitor pode ser aprimorado. Além de todos os recursos citados anteriormente, é possível acrescentar: figurinos para as brincadeiras de faz de conta, jogos e demais objetos interessantes;

– Em fase de alfabetização, a partir dos seis anos, inclua os pequenos em atividades reais do dia a dia da família como: criar lista de compras, criar listas de telefone, procurar e escrever os livros e filmes que a família gosta de assistir, dando sentido ao processo de aquisição de leitura e de escrita.

Leitura é prática. Bem estimulados é possível que os alunos desenvolvam essa habilidade com muito significado e preparação para as aprendizagens futuras.

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