O governador Cláudio Castro cumprimentou os chefes das Forças de Segurança do Estado do Rio pelo sucesso da Operação Maré que, logo no primeiro dia, deu um prejuízo de mais de R$ 12 milhões ao tráfico com a apreensão de cem quilos de pasta base para refino de cocaína; além de meia tonelada de maconha. A incursão, realizada nesta segunda-feira (09/10), no Complexo da Maré, na Vila Cruzeiro, na Zona Norte; e na Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital, contou com efetivo de cerca de mil agentes civis e militares. Foram feitas nove prisões, a retirada de 29 toneladas de barricadas das ruas e ainda apreensão de carros e motos roubadas.
Em reunião, no fim desta tarde, com os secretários de Polícia Civil, José Renato Torres; de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, e de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca Nebel, Castro destacou o sucesso da incursão.
“Fiz questão de parabenizar as lideranças das nossas polícias na apresentação do balanço parcial da grande ação que realizamos desde as primeiras horas de hoje. Trata-se da maior ação de combate às máfias com uso de tecnologia, aliada à inteligência e à investigação. Só neste primeiro dia, já causamos um prejuízo de pelo menos R$ 12 milhões às facções criminosas. O mais importante: estamos libertando os moradores das amarras do tráfico e da milícia, demolindo barricadas das vias públicas e devolvendo a eles o sagrado direito de ir e vir, em paz. Isso é só o começo, e não recuaremos um milímetro sequer”, afirmou o governador.
Ao entrar nas comunidades, os policiais desobstruiram 14 ruas do Parque União e da Nova Holanda, na Maré. Nos pontos de atuação das tropas, 33 veículos foram apreendidos, entre motos e carros. No Parque União, foram descobertos um laboratório clandestino de refino de drogas e fabricação de materiais explosivos e um local de armazenamento ilegal de medicamentos, drogas e material para preparo de entorpecentes, totalizando meia tonelada de maconha. Já em um galpão, próximo à Vila Cruzeiro, aproximadamente cem quilos de pasta base de cocaína foram recolhidos. Os agentes contaram com a ajuda do Batalhão de Operações com Cães (BAC).
O material apreendido foi levado para a Cidade da Polícia, de onde foi encaminhado para perícia. Entre as nove prisões, três foram em flagrante por receptação e as outras seis por mandados de prisões expedidos. Foram apreendidos fuzil, carregadores, artefatos explosivos e radiocomunicadores.
“Nossos policiais estão usando drones, câmeras portáteis, aparelhos de reconhecimento facial e de placas de veículos, além de viaturas e armamentos de última geração para devolver o território do Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus aos seus verdadeiros donos, os moradores. Fizemos investimento de R$ 1,5 bilhão nas forças de segurança, o maior da história. Tudo para não permitirmos que mafiosos, sejam eles ligados ao tráfico ou à milícia, transformem aquelas regiões, espaços públicos, principalmente, em centros de treinamento, muito menos que continuem aterrorizando famílias e usando crianças como escudos”, ressaltou Castro, que se emocionou com relatos de apoio de quem reside nas localidades.
No início da operação, dois helicópteros da polícia foram atingidos por tiros e tiveram que fazer pousos de segurança, na Penha, para verificar avarias. Um policial se feriu sem gravidade por estilhaços.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que também atua na força-tarefa do estadual, apreendeu 58 celulares em unidades prisionais, sendo 34 aparelhos em Bangu 3 e 24 em Bangu 4, além de um quilo de entorpecentes. A operação da Seap conta com 250 inspetores e tem o objetivo de desarticular a rede de comando das facções que atuam nas comunidades. Entre as ações está o bloqueio do acesso ao sinal de celulares nos presídios.