No lançamento da campanha Setembro Verde, de incentivo à doação de órgãos e tecidos, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), anunciou que o Parlamento fluminense pretende apoiar o banco de olhos de Volta Redonda, no Sul do estado, na compra de um microscópio que vai ampliar a capacidade de transplantes. A cerimônia foi realizada na noite desta terça-feira (31/08), na escadaria do Palácio Tiradentes, que ficará iluminado de verde – cor da campanha – até o fim do mês. O evento teve a participação do secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, e do diretor geral do programa estadual de transplantes (PET), Alexandre Cauduro.
“Volta redonda tem um banco de córneas e agora precisa de um microscópio, que custa R$ 200 mil. Já falei com o prefeito de Volta Redonda e ele vai preparar um projeto. Vamos enviar ao secretário de Saúde, para que possamos potencializar ainda mais o processo de doação de órgãos. É fundamental termos a consciência de que podemos ajudar outras pessoas quando nos tornamos doadores”, disse Ceciliano.
O Secretário de Estado de Saúde Alexandre Chieppe lembrou o salto que o Rio de Janeiro deu em relação a capacidade de transplantar órgãos. O estado é o terceiro em número de procedimentos no país.
” O Rio veio, ao longo do tempo, melhorando esse processo, capitando cada vez mais órgãos e transplantando cada vez mais. É preciso melhorar, com um esforço maior do serviço público para transplantar mais. Precisamos sensibilizar a todos da importância desse ato”, disse Chieppe.
Reforçando a importância de ser um doador, o secretário de Estado de Agricultura, Marcelo Queiro, falou do ponto de vista de quem passou por um transplante. Ele recebeu um rim, depois de anos em tratamento de hemodiálise:
“Eu renasci em virtude de um momento como esse. Voltei um Marcelo diferente depois do transplante. Um Marcelo que dá valor as pequenas coisas da vida”, afirmou o secretário.
Durante a pandemia, o número de transplantes realizados diminuiu em 20%, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Apesar do cenário desfavorável imposto pela covid-19, o PET realizou, em 2020, 1074 transplantes, sendo 376 córneas e 698 de órgãos sólidos. Este ano, de janeiro a julho de 2021, foram realizados 748 transplantes de órgãos, sendo 346 córneas transplantadas, 14 corações, 157 fígados, 220 rins além de 9 cirurgias simultâneas de rins e pâncreas, 1 simultânea rim e coração, 2 simultâneas rim e fígado, 1 transplante triplo de rim, fígado e coração e uma multivisceral (fígado, pâncreas e intestino transplantados simultaneamente) e um transplante paratireóide. Hoje, o estado do Rio ocupa o terceiro lugar em número absoluto de doadores no ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
” O Setembro Verde é um mês de conscientização das pessoas de poder ajudar a tantos doentes que estão sofrendo. O transplante muda vidas. A atividade de transplantes no Brasil mostra a força do setor público de saúde. Uma atividade que se inicia como um ato de amor. A doação ocorre num momento de muita dor das famílias que perdem seus entes queridos, mas quem na possibilidade de transplante o poder de exercer a empatia”, disse o diretor geral do programa estadual de transplantes (PET) Alexandre Cauduro.
Ainda estiveram presentes no evento os deputados Dr. Deodalto (DEM), Rosane Félix (PSD), Adriana Balthazar (Novo) e Noel de Carvalho (PSDB).
A iluminação verde ainda vai contemplar também a Semana Estadual de Valorização e Qualificação do Profissional de Educação Física, com objetivo de conscientizar a população sobre medidas de promoção a uma vida saudável. A iniciativa é de autoria do deputado Marcos Mullher (SDD), por meio da lei Lei 9.086/2020.
Como ser um doador
O Setembro Verde foi criado através da Lei 7.591/17, de autoria do ex-deputado Tio Carlos. Há também o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos , comemorando no dia 27 de setembro. Em caso de doadores falecidos, que não tenham expressado sua vontade de ser um doador, o procedimento só acontece com autorização da família. Se for constatada morte cerebral, podem ser doados o coração, os dois pulmões, o fígado, os dois rins, o pâncreas e o intestino; além de tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas. Já em morte causada por parada cardiorrespiratória, apenas os tecidos são doados. Outras informações no site www.transplante.rj.gov.br.