Baixada ganha sala de acolhimento para mulheres vítimas de violência

O governador Cláudio Castro inaugurou, nesta segunda-feira (08/07), o primeiro Espaço Multivioleta, no Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti. A sala será dedicada ao acolhimento de mulheres vítimas de violência, com protocolo de atendimento multidisciplinar e com abordagem humanizada, que conta com ginecologistas, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.  A meta é que a iniciativa chegue a 34 unidades da rede estadual de Saúde.

“Infelizmente, a violência contra a mulher ainda é uma realidade. E nosso papel, além de combater esse problema, é proporcionar toda uma rede de acolhimento. É o que este espaço representa, um ambiente acolhedor, para um atendimento mais humano. Precisamos integrar todas as áreas para o enfrentamento à violência contra a mulher e até o fim do ano queremos entregar mais seis Salas Multivioletas. A mulher precisa confiar no Estado, se sentir acolhida e cuidada. É isso que estamos fazendo”, ressaltou o governador Cláudio Castro.

As equipes foram treinadas sobre os protocolos atuais que devem ser seguidos e como funciona a integração da rede de proteção de segurança pública do Governo do Estado, que inclui a Delegacia da Mulher e a Patrulha Maria da Penha, os abrigos estaduais, os Centros Especializados de Atendimento à Mulher e as UPAs.

O equipamento faz parte do programa ‘Antes que Aconteça’, iniciativa nacional para fortalecer a rede especializada de apoio às mulheres nesses casos, melhorando o fluxo do atendimento, que será mais qualificado, acolhedor, ágil e completo. Entre as unidades que terão a sala estão incluídos hospitais de emergência como Getúlio Vargas, Carlos Chagas e Alberto Torres; além das maternidades dos hospitais estaduais Azevedo Lima, Mãe de Mesquita, Heloneida Studart e dos Lagos, e também as 27 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

“Essa sala é resultado de muito trabalho e união de todos os poderes. Nossa luta é para salvar mulheres e oferecer a elas todas as ferramentas possíveis para que elas possam ter a quem recorrer. Queremos ser acolhimento e proteção”, declarou a primeira-dama Analine Castro.

O Governo do RJ é o primeiro a aderir ao programa, ao mesmo tempo que a Paraíba. A iniciativa foi elaborada pela deputada federal (PL-RJ) Soraya Santos e pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), em ação integrada com o Tribunal de Justiça do RJ. O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também assinaram protocolo de intenções para implantar ações do programa.

No Estado do Rio, o programa ‘Antes que aconteça’ tem a coordenação da Secretaria de Estado da Mulher, com ações conjuntas das Secretarias de Estado de Segurança Pública, Saúde, Ciência e Tecnologia, além do Tribunal de Justiça (TJRJ).

“Esse é um passo muito importante para o enfrentamento à violência contra as mulheres, além do fortalecimento da política de proteção. A assinatura deste termo de cooperação intensificou o trabalho integrado que é realizado pelas nossas secretarias, demais órgãos e instituições. Além disso, reforça o empenho do Governo do Estado na atuação do acolhimento de mulheres”, afirma a coordenadora do ‘Antes que Aconteça’ no estado, a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

O ‘Antes que aconteça’ define novos fluxos de atendimento nas unidades de saúde para mulheres vítimas de violências. O sistema inclui a coleta, consolidação e análise de dados, profilaxia pré e pós-exposição a doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV; contracepção de emergência, profilaxia pediátrica e hepatites virais.

“Agradeço às equipes da Atenção Primária que, junto à Fundação Saúde, fizeram essa sala tão importante para acolhermos essas mulheres. No mês passado, mesmo sem ainda estar funcionando, nós tivemos dez mulheres que já procuraram essa unidade de atendimento. Então agora, com esse novo projeto, nós conseguiremos melhorar ainda mais e humanizar esses atendimentos”, afirmou a secretária de Estado de Saúde, Cláudia Mello.

Uma das ações do programa envolve o uso de recursos de tecnologia e inovação para o monitoramento das mulheres que são vítimas de violência doméstica e familiar. Também serão aprimoradas as ferramentas já existentes, como o app Rede Mulher, que possui o “botão do pânico”, além de outras funcionalidades.

Fotos: Marcelo Regua

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