Ativistas contra a intolerância religiosa recebem títulos de doutores honoris causas em Caxias

Os articuladores locais contra a intolerância religiosa na Baixada Fluminense receberam um grande reconhecimento. Mais de 70 líderes de religiões de matrizes africanas e aliados na luta contra o racismo religioso receberam os títulos de Doutores Honoris Causas (atribuído a personalidade eminente, nacional ou estrangeira, que tenha se destacado singularmente por sua contribuição à cultura, à educação ou à humanidade). A cerimônia ocorreu na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, na última sexta, dia 29 de abril. 

A dra. Elizabeth Ferraz, presidente da OCB, Organização das Cooperativas Brasileiras, e reitora da FEBRAICA (Formação e Especialização Brasileira e Internacional de Capelania), convidou a Iyalode Rosangela D’Yewa para indicar pessoas da sociedade civil e religiosa, com o objetivo de diminuir as lacunas criadas pelo racismo religioso que os sacerdotes enfrentam. 

“A capelania preza o amor e a nossa religião de matriz africana também, então esse evento é especial para a cidade. Não posso deixar de agradecer a mãe Iyalorisa Maria de Sango que está sendo homenageada na cidade onde mora e atua ” explica a Iyalode, fundadora e coordenadora do Coletivo AFRIKERANÇA.

A tarde foi marcada com muita emoção na entrega dos títulos. “O povo preto vem trabalhando para gerar dignidade, e receber esse título é em virtude por tudo aquilo que a gente já trabalhou, e eu fico feliz de ver tantos pretos recebendo o título de doutor honoris causas, mais a gente precisa ocupar essa casa também  como parlamentar” conta Geraldo Coelho, porta voz da Frente Favela Brasil. 

Rosângela, junto de outras matriarcas criou o AFRIKERANÇA, em outubro de 2021. A líder religiosa também recebeu em março deste ano a mesma titulação, no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro. 

HOMENAGEADOS

Receberam o título de Doutores Honoris Causas:  Adilson José, Aldir Alves, Alessandro de Jesus, Alex dos Santos, Alexandre Carloto, Ana Paula Cordeiro, Anderson da Silva, Anderson de Abreu, Andrea dos Santos, Andreia Batista, Bruno Ribeiro, Carlos Eduardo, Célia Regina, Célio Linhares, Chelle Cristina, Cleber Maris, Denise Ramaldes, Diogo Rocha, Edmundo dos Reis, Edson Rocha, Eduardo Mário, Eliana Albílio, Elias Garcia, Elson da Costa, Ewerton Domingos, Fernandes Monteiro, Geraldo H. Coelho, Gilson da Cruz, Graci Mary, Humberto Leonardo, Iris de Souza, Ivo Zacaris, Janaina Monteiro, Jaqueline Soares, Jorge Luiz, Jorge Lyra, Jorge Mascia, José Antônio, José Carlos, José Melo, Kelly Antunes, Kleyton Tolentino, Ladislau Lyra, Leonardo Machado, Lucia de Fátima, Luciliane Alves, Marcelo de Oliveira, Marcia Marques, Marcos Antônio, Maria das Graças, Maria josé, Mateus Brito, Mauricio Pereira, Miguel José, Milton Fontes, Mônica Patrícia, Nilson Viana, Noêmia Costa, Oswaldo dos Santos, Reginaldo Gabriel, Ricardo Ribeiro, Rosemery Nascimento, Sergio Murilo, Simone da Silva, Solange Souza, Vandir de Oliveira, Vivian Almeida, Wagner da Silva, Walmir Durães e  Willysson Barboza.

CAPELÃES DO BRASIL

A dra. h.c. Iyalode Rosangela D’Yewa, ingressou para a Ordem de Capelães do Brasil em 2019 como capelã nacional abriu uma turma com 200 sacerdotes entre iyalorisas, babalorisas, ogans, ekedys e ebomys de matrizes africanas, para a formação de capelães. No mesmo ano, a Iyalode também realizou a imersão na Capelania Internacional, em uma turma na Bahia. 

O convite da dra. Elizabeth Ferraz, foi pautado nos valores de amor ao próximo e solidariedade instituídos pela capelania, para a Iyalode que é responsável pelo coletivo AFRIKERANÇA, formado por matriarcas do Candomblé, que desenvolve principalmente o combate à intolerância e o racismo  religioso.

O AFRIKERANÇA

O evento  com duas edições realizadas, a primeira em São Gonçalo e a segunda em Maricá, desenvolveu um novo comportamento psicossocial pós-crise pandêmica, a partir de saberes e diversidades de conhecimentos ancestrais, valorizando o papel da mulher, mãe biológica ou não, neste momento onde sororidade e a solidariedade são a base da reconstrução de uma nova realidade.

O evento entrará para o calendário do estado, através do projeto de lei nº5036/2021 emitido pelo Deputado Átila Nunes (PMDB), onde o dia do “AFRIKERANÇA – MATRIARCADO ANCESTRAL DO BRASIL”, se alvoroçado, será comemorado todo 10 de outubro. E a intenção é que o dia seja marcado com caminhadas, palestras, simpósios, distribuição de informativos e campanhas na mídia.

FOTOS Beatriz Nobrega

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