Numa ação de desenvolvimento humano e profissional, um grupo de artesãs de Nova Iguaçu fez uma visita guiada nesta quarta-feira (25/08) à exposição “Territórios afetivos”, no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio. Seguindo todos os protocolos de segurança sanitária, elas percorreram o espaço com obras concebidas pelo artista visual e estilista Cocco Barçante e contribuições de outros artistas. A ação “Trilhas do Conhecimento” da Fenig, a Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu, tem o objetivo de levar os artesãos do Programa Municipal de Artesanato a experiências que potencializam o conhecimento de formas de arte inovadores e aprimoramento técnico.
“A experiência das artesãs no Trilhas do Conhecimento, amplia a criatividade e incentiva as profissionais a agregar valor a seus produtos. A idéia é potencializar a Economia Criativa”, destacou Miguel Ribeiro, presidente da Fenig.
Como fundador do Museu do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, em Petrópolis, Cocco Barçante é um dos maiores incentivadores do trabalho dos artesãos no país. “Territórios afetivos” reúne peças que refletem a sensação de pertencimento das pessoas com os lugares onde residem e nasceram. Como exemplo, 36 artesãs colaboraram com seus múltiplos talentos para a exposição, entre elas, as artesãs do grupo “Nós do Ponto Chic”, de Nova Iguaçu. Entre os temas dos painéis, os sentimentos das pessoas em relação ao território onde nascem ou vivem.
Cocco Barçante destacou o momento de integração das artesãs com as obras. “Receber os profissionais da área de artesanato representa receber o público principal para o qual essas exposições são criadas. A gente mostra a valorização do artesanato. Isso proporciona processos criativos para o desenvolvimento de novas peças voltadas para o mercado, valorizando a Economia Criativa do Estado”, afirmou Cocco Barçante.
Moradora do Cabuçu, a artesã e artista plástica Elisângela Aparecida Cavalcanti Sampaio, disse que a visita guiada por Cocco Barçante proporcionou um mergulho no universo que transforma o bordado, a customização, numa arte maior. “Mostrou que você tem várias possibilidades de criar dentro do que você faz com bordado e costura. Ele trabalhou com materiais reciclados. Materiais diferentes que você pode agregar valor. A partir do momento que você usa o seu artesanato colocando o seu sentimento, o seu trabalho supera limites”, definiu Elisângela.
O Painel Abraço ocupa a primeira das três salas da mostra. Nesse ambiente, encontramos o Mosaico Afetivo. Lá, o público encontra ainda 300 fotos em preto e branco, estampas em tecido, de pessoas na posição de dar ou receber um abraço. Há detalhes em por algumas das 36 artesãs de cidades como Nova Iguaçu, Macaé e Itaperuna que colaboram com o artista desde o ano 2000.
“Achei interessantíssima a visita guiada. Nós temos um outro olhar. Aprendemos e conseguimos entender o que o artista quer passar. Foi inspirador. Vi fotos das amigas (artesãs do Ponto Chic) que foram convidadas para participar da exposição. O artesanato faz muito bem e ajuda muita gente”, comentou Alice Barbosa, artesã moradora do bairro da Luz.
A exposição conta ainda com o projeto de Metarreciclagem, desenvolvido com os alunos da Faetec, a partir do reaproveitamento de lixo eletrônico.
A exposição vai até este sábado, do meio-dia às 7 da noite, no Centro Cultural dos Correios. A entrada é gratuita e a mostra segue todos os protocolos de segurança sanitária previstos pelos órgãos responsáveis. O Centro Cultural dos Correios fica na rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro do Rio.
