O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT) defendeu a geração de empregos dentro do Rio e a ocupação da juventude por meio da educação e da cultura para a melhoria da segurança pública fluminense. O presidente esteve presente no XIX Fórum de Segurança, realizado no Hotel Ramadã, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira (29/06). O evento foi organizado pelo Jornal Correio da Manhã, pelo Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município (HotéisRIO) e pela a Associação Comercial e Industrial do Recreio e das Vargens (Acir).
Para André Ceciliano, a questão da segurança é estrutural e não se resolve sem emprego e renda para a população. Ceciliano afirmou que os atores políticos do Rio deveriam se unir para defender os interesses fluminenses. “Um grande exemplo é a defesa do Aeroporto Internacional do Galeão. É inadmissível que o Aeroporto Santos Dumont, com vocação regional, tenha tido o dobro de voos do Galeão em 2021. O Governo Federal, para deixar a concessão do Santos Dumont atrativa, não podia ter deixado de lado o Galeão. Sem o aeroporto internacional, por exemplo, a empresa Celma, em Petrópolis, especializada em conserto de turbinas, pode quebrar, gerando muito desemprego. Devemos também lutar, em nível federal, pela construção de termelétricas e de gasodutos no Rio”, afirmou.
O parlamentar disse que o Estado do Rio, que já foi o segundo em números de empregos na indústria, hoje ocupa somente a sexta posição. “Foram acontecendo muitos problemas e fomos deixando o Rio se desindustrializar. É preciso integração e união. Os políticos fluminenses devem defender os interesses do nosso estado, como acontece com qualquer outra unidade da federação”, ressaltou.
Ceciliano também listou uma série de medidas realizadas pela Alerj para melhorar a segurança pública e fomentar a geração de emprego e renda. Ele ressaltou a criação do Fundo Soberano, que já tem mais de R$ 2 bilhões em receitas para serem investidos em projetos estruturantes e infraestrutura. O Fundo recebe parte dos recursos excedentes das receitas de royalties e participações especiais de petróleo. A Alerj também realizou, em 2019, um repasse de R$ 150 milhões para a contratação de mais de três mil policiais militares e civis, compra de 30 novos blindados compactos e financiamento para reformas em quatro unidades do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil. O dinheiro foi usado inclusive na ampliação do programa Segurança Presente para a Baixada Fluminense. A Alerj também doou 45 viaturas para o Corpo de Bombeiros e Polícias Civil e Militar. Os carros eram da frota oficial da Alerj, que foi extinta em 2019.
Além da geração de empregos, o presidente do Parlamento Fluminense defendeu que se ocupe a juventude com atividades educacionais, culturais e de lazer. “Quando fui prefeito de Paracambi, quase zeramos os homicídios. O que mais fizemos para a segurança foi ocupar a juventude. Utilizamos uma antiga fábrica de tecidos para criar um polo educacional, com cursos técnicos, de graduação e pós-graduação. Também há no local aulas de idiomas e atividades culturais e esportivas. A autoestima dos jovens do município aumentou, além de ocuparmos com importantes atividades, o que retira a juventude da possibilidade de se juntar ao tráfico de drogas”, concluiu.
XIX Fórum de Segurança
O evento contou com a participação de importantes atores da segurança pública fluminense, como o delegado e ex-secretário de Estado da Polícia Civil, Allan Turnowski, e o promotor de justiça do IX Juizado Especial Criminal do Rio,Márcio Almeida. O integrante do Ministério Público falou sobre a importância do combate aos pequenos delitos para o enfrentamento do crime organizado.
“Minha atuação no juizado mostrou que, tratando de pequenos delitos, conseguimos atuar na prisão de grandes grupos criminosos. Um exemplo é a regulamentação dos estacionamentos públicos. A região da Barra da Tijuca tem muitos guardadores ilegais, que não usam ticket e nem o uniforme adequado. Descobrimos que havia uma quadrilha que loteava os espaços dos estacionamentos na praia. Outro exemplo foi uma organização criminosa de venda de cabelos. Descobrimos que uma ONG que recolhia cabelos teoricamente para doação a pessoas com câncer, na real vendia os cabelos ilegalmente e que a chefe da organização tinha loja até em Miami”, relatou Márcio.
Já o delegado Allan Turnowski falou no painel sobre os mitos e verdades na segurança pública. Ele defendeu que as leis penais sejam feitas e cumpridas para a defesa dos cidadãos. A última palestra foi do jornalista da Record TV Rio Rael Policarpo que apresentou o painel ‘A importância dos meios de comunicação no combate à criminalidade’.
Também compuseram a mesa de debates do evento o presidente da Acir e HotéisRio, Alfredo Lopes, o jornalista do Correio da Manhã e vice-presidente da Acir, Cláudio Magnavita, além do ex-senador Ney Suassuna.