Mesmo em tempos de pandemia, a cultura resiste em Nova Iguaçu. Esta semana, participantes do curso de cinema da EncontrArte Audiovisual rodaram dois curtas-metragens. Os alunos inscritos nas turmas da manhã e da tarde criaram 40 textos e dois foram selecionados pela coordenação. A iniciativa é uma das poucas voltadas ao audiovisual na periferia, principalmente na Baixada Fluminense. Os produtores seguiram todos os protocolos de segurança sanitária durante as filmagens.
Os filmes foram realizados no Centro Social São Vicente, antigo Patronato, onde as aulas já acontecem. Guilherme Freitas, autor do roteiro ‘Viro Artista ou Mato Tentando’, está muito feliz com a escolha. “ Eu me sinto feliz por essa oportunidade de ouro e tenho esperanças de um futuro melhor para mim”, afirmou, cujo enredo mostra a luta de um autor na tentativa que seu roteiro seja transformado em um filme.
O outro texto é ‘Dezoito’, escrito por Caio Almeida, que conta a história de Vinícius, um jovem negro órfão, que passou toda a sua vida em um orfanato, representado ali pelo Centro Social. Ele está prestes a completar a maioridade e se depara com o maior desafio de sua vida: viver fora dos muros da instituição, traçar novos planos e decidir seu destino.
O personagem será interpretado pelo baiano Kauê Rodrigo, que participa da turma da manhã e se inscreveu e foi selecionado para encarnar o jovem órfão. “ Essa é a primeira vez que participo de um curso audiovisual. Uma amiga me mandou o link de inscrição por aplicativo de mensagens, vi que era gratuito e não quis perder”, contou ele que mora na Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste, e leva quatro horas para chegar a Nova Iguaçu.
Os experientes atores Johnny Rocha e Libny Marques, moradores de Belford Roxo e Nova Iguaçu, respectivamente, dão vida ao produtor e ao roteirista que o sequestra. Eles chegaram cedo ao set de filmagem, no estúdio da EncontrArte Audiovisual, e passaram o texto sob o olhar atento da diretora Laís Muniz.
A troca de experiências e aprendizado foi definida pela advogada, corretora de imóveis e futura jornalista Valéria Leone, segunda mais velha da turma da manhã. “ Soube do curso por uma amiga da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Iguaçu. Estou trabalhando como terceira assistente de produção porque quis sair da minha zona de conforto, aprender”, afirmou Valéria, que também é fotógrafa.
O curso da EncontrArte Audiovisual é uma das poucas iniciativas voltadas ao setor na periferia, principalmente na Baixada Fluminense. Os produtores se preocuparam em seguir todos os protocolos de segurança sanitária durante as filmagens: medição de temperatura, distribuição de álcool gel, uso de máscaras e distanciamento social
Os dois curtas-metragens serão exibidos após a cerimônia de encerramento do primeiro módulo do curso, dia 5 de dezembro pela manhã, no auditório do Centro Social São Vicente. “A criação do curso e manutenção desta primeira fase, são possíveis devido às emendas parlamentares recebidas dos deputados federais Alessandro Molon (PSB) e Juninho do Pneu (DEM) “, afirmou Fábio Mateus, idealizador e coordenador-geral do projeto.