O presidente da Agetransp, Adolfo Konder, participou nesta terça-feira (11/06) de uma audiência pública, na Alerj, para debater a situação do transporte ferroviário, operado pela concessionária Supervia, no Estado do Rio de Janeiro. A audiência foi realizada pela Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense e pela Comissão de Transporte, ambas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Nesta ocasião, Konder, junto do vice-presidente da Agetransp, conselheiro Charlles Batista; e do conselheiro Vicente Loureiro, entregaram ao presidente da sessão, deputado Luiz Paulo, um diagnóstico das condições atuais da operação da Supervia que revela que o serviço prestado pela concessionária vem piorando nos últimos anos.
O estudo, feito pela Agetransp, mostra a queda das condições de operação da Supervia de 2018 até 2023. De acordo com o documento, o tempo médio de viagem no ramal Japeri variou de 95 minutos, em 2019, para 111 minutos, em 2023. Já o tempo médio de viagem no ramal Santa Cruz aumentou de 91 minutos para 108 minutos no mesmo período. Em relação aos elevadores, se em 2018 o percentual de equipamentos em pleno funcionamento era de 92%, esse número hoje é de 73%. Já o percentual de funcionamento pleno das escadas rolantes diminuiu ainda mais: em 2018, o percentual era de 78% e agora o índice é de 46%.
As ocorrências envolvendo a operação do sistema ferroviário também aumentaram consideravelmente. De 304 ocorrências registradas no ano de 2018, este número passou para 2.776 em 2023. O diagnóstico também aponta que problemas como o furto de cabos ou atos de vandalismos, degradação da via permanente e diminuição da frota disponível afetam a infraestrutura e criam um ambiente inseguro para os passageiros.
“Nossa fiscalização tem atuado intensamente na busca de melhorias na prestação do serviço da Supervia. Multamos a concessionária diversas vezes, num total de mais de R$ 20 milhões em multas aplicadas. Estamos intensificando o trabalho e só neste primeiro semestre a quantidade de processos julgados já é igual a de todo o ano passado. E um terço dos processos julgados são relacionados à Supervia. O papel da agência é regular e mediar a relação contratual entre poder concedente e concessionária, como foco na população”, destaca o presidente da Agetransp, Adolfo Konder.
Participaram desta audiência pública na Alerj, além dos já citados acima, o presidente da Comissão de Transportes, deputado Dionisio Lins; os deputados Giovani Ratinho, Rodrigo Amorim, Renan Jordy e Val Ceasa, além de representantes do Tribunal de Contas do Estado, da Central Logística, da sociedade civil e da Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade. A Supervia não enviou representantes. Luiz Paulo é coordenador da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense.